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07/10/2005 - 18h09

Para Pont, petista que renunciar não deve sair candidato

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da Folha Online

O candidato à presidência do PT Raul Pont defendeu nesta sexta-feira que os deputados da sigla alvos de cassação que renunciarem para escapar do processo não saiam candidatos pela legenda no ano que vem.

"Tarso Genro [presidente interino do PT] já defendeu isto. Manterei esta posição, mas sem tirar dos companheiros o direito de defesa", disse.

Pont, da Democracia Socialista, e Ricardo Berzoini, do Campo Majoritário, são os dois candidatos que concorrem à presidência do PT e participaram na manhã de hoje de um debate. O segundo turno das eleições acontece no próximo domingo.

Sobre a possibilidade de renúncia dos parlamentares, Berzoini posicionou-se de maneira oposta a Pont: "Temos vários deputados questionando a maneira como a Corregedoria e o Conselho de Ética da Câmara vem agindo em relação ao processo de apuração de responsabilidades".

Segundo Berzoini, se houver renúncia após configurada culpa, é uma renúncia para fugir das responsabilidades. Mas se houver renúncia para escapar de um processo de apuração tumultuado e equivocado, é, na sua opinião, um expediente de proteção dos direitos individuais destes parlamentares.

Política econômica

Durante o debate, Pont afirmou não se lembrar de qualquer registro, nos documentos do PT, que façam uma defesa da política monetária aplicada pelo governo.

"Este tipo de orientação não segue interesses nacionais ou populares. Não reverte à população melhoria nos serviços públicos e na qualidade de vida. Não podemos ficar apontando estatísticas do sistema financeiro e indicadores positivos apresentados por bancos. São necessários bons indicadores sociais e na qualidade de vida da população".

Berzoini reafirmou sua posição de defesa ao governo federal. Para ele, há uma política econômica de sucesso. "São necessários ajustes, mas não mudanças nos pilares da política. O PT assumiu o governo quando o país estava em processo inflacionário descontrolado, com contas externas em frangalhos, crise em vários pontos da seguridade social".

Relação com o governo

O candidato da Democracia Socialista defendeu também que o PT deve fazer uma avaliação sobre a gestão coletiva dos instrumentos partidários.

"Precisamos recuperar autonomia, para manter o processo de crítica e autocrítica. Temos que ter autonomia para estabelecer diálogo com o governo e com os movimentos sociais", disse Pont.

Já o candidato do Campo Majoritário, concorda que é necessário estabelecer distinção entre o papel do partido e do governo.

"Temos vários relatos, inclusive em municípios, em que há registro de confusões de papéis". Segundo Berzoini, Genro já está colocando em prática esta delimitação.

Reforma política

Pont criticou ainda a atuação da bancada petista na defesa da reforma política que tramita no Congresso.

"Este é um tema que deveríamos ter resolvido com mais presteza. Temos um debate interno, temos uma posição sobre isto, mas não expressamos tudo isto".

Reagindo ao posicionamento de Pont, Berzoini respondeu: "Não concordo com a sua avaliação negativa em relação à bancada. O Brasil precisa de uma reforma política para escapar do sistema partidário pulverizado e a bancada tem defendido com ênfase e determinação."

Denúncias de corrupção

Depois de questionar a atitude da direção do partido frente às acusações de corrupção contra lideranças petistas, Pont lembrou que a base social do PT, expressa pelos 315 mil filiados que foram votar no primeiro turno do PED (Processo de Eleições Diretas), representa uma resposta excepcional à crise, além de mostrar a singularidade do partido.

"Temos que responder à base sobre a falta de celeridade nas punições e na resposta à crise", declarou.

Sobre a questão, Berzoini ressaltou a correção do processo de sindicância instalado no PT e criticou setores do partido, inclusive da tendência de Pont, que teriam se comportado de forma anti-ética ao atropelar o processo de apuração e punir "companheiros com história no PT e que ajudaram a construir o partido".

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