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10/10/2005 - 21h37

Dom Cappio diz que não aceitará do governo decisões eleitoreiras

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FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Petrolina

O bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, 59, dirá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no encontro em que discutirão a transposição das águas do rio São Francisco, que não aceitará do governo decisões vinculadas ao calendário eleitoral.

"Nós não vamos submeter a nossa discussão ao processo eleitoral", afirmou Cappio. "Que isso não pressione tomadas de decisões urgentes e não pensadas", disse. "A convivência do povo nordestino com o semi-árido é mais importante que o processo eleitoral."

O convite para o encontro, ainda sem data definida, foi feito na semana passada pelo ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais), durante a reunião que resultou no fim da greve de fome do bispo. Cappio permaneceu dez dias em jejum, em uma capela na zona rural de Cabrobó (a 600 km de Recife, PE).

O bispo concedeu a entrevista à Folha durante sua viagem de Petrolina (PE) a São Paulo, onde chegou no final da manhã de ontem. No aeroporto pernambucano, ele distribuiu cumprimentos e tirou fotografias.

Durante a viagem, Cappio leu jornais e tomou dois copos de suco de laranja em cinco horas de vôo. Ao desembarcar em São Paulo, foi recebido por familiares e concedeu entrevistas.

O bispo disse que sua prioridade com Lula é garantir o cumprimento do acordo firmado com o ministro. Segundo ele, isso inclui a suspensão das obras de transposição até que haja um consenso sobre o assunto.

"Depois, é preciso abrir espaço para que as propostas aprovadas sejam cumpridas", declarou. Cappio pretende agendar o encontro no final deste mês, após a viagem do presidente à Europa.

Ao contrário do governo, o religioso não quer fixar prazos para o fim dos debates. "Espero que seja rápido, mas é impossível determinar o tempo de discussão."

Segundo ele, o primeiro grande debate nacional sobre o tema deverá ser proposto pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Cappio disse que a campanha em defesa da revitalização do rio São Francisco não é mais uma luta isolada e comparou a negociação com o governo com uma partida de futebol: "O primeiro tempo do jogo foi bem conduzido, mas, infelizmente, não fomos ouvidos".

Amanhã, em São Paulo, o bispo celebrará uma missa no Convento de São Francisco, ao meio-dia. No dia 23, ele visitará Guaratinguetá (SP), sua terra natal e, em seguida, retornará a Barra (BA).

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