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12/10/2005 - 09h01

Ministro diz que preço da crise foi pago e elogia o PFL

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EDUARDO SCOLESE
da Folha de S.Paulo

O ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais) disse ontem que tanto o PT como o governo federal já pagaram todos os dividendos da atual crise. "Está consolidado o preço que nós pagamos por esse episódio", disse.

Segundo ele, a oposição possui a mesma avaliação, citando como justificativa a "atitude sensata" do PFL ao não ter escolhido as CPIs do Congresso, e sim o Ministério Público Federal, para investigar as denúncias recentes contra o irmão do presidente Lula.

"Eu acho que está consolidado o preço que o PT paga pelo erro de alguns. Portanto, se houver processo de cassação [de deputados petistas], isso não vai acrescentar mais desgaste ao partido ou ao governo. Eu entendo que o episódio está consolidado, que as investigações estão caminhando", afirmou o ministro, que completou: "Aquilo que era esperado pela sociedade chegou, que é o indiciamento daqueles que se envolveram com esse episódio. Mas, sinceramente, eu creio que não há mais do que aquilo que já se consolidou como desgaste".

Coordenador político do governo federal, Wagner avalia que a sensação de que o desgaste ao partido e ao governo faz parte do passado não está só no Planalto mas também na oposição.

"Acho até que a própria atitude do conjunto das oposições de optar pelo envio ao Ministério Público dessas questões que foram anunciadas envolvendo o irmão do presidente, na minha opinião, já é parte de uma leitura de que está consolidado o preço que nós pagamos por esse episódio", disse Wagner, em entrevista no Palácio do Planalto depois de cerimônia de abertura da Semana Mundial da Alimentação.

Ontem, o PFL entrou com uma representação no Ministério Público Federal pedindo investigação sobre um suposto esquema de tráfico de influência feito por Genival Inácio da Silva, o Vavá, acusado de usar seu parentesco com o presidente da República para intermediar demandas de empresários em órgãos públicos federais, conforme revelou reportagem da revista "Veja" no último final de semana.

Wagner elogiou a atitude do PFL e de seu presidente, senador Jorge Bornhausen (SC), que descartou a convocação do irmão de Lula por uma das CPIs.

"Acho que foi uma atitude boa. Foi uma atitude sensata. Eu acho que todos nós, pelo menos é esse o meu entendimento, achamos que as CPIs já têm um volume grande de investigação. E eu acho que foi uma atitude acertada. Ao Ministério Público é dada essa tarefa de investigar se houve alguma irregularidade."

Zeca Dirceu

Ontem, mesmo afirmando não estar atualizado sobre toda a investigação do Ministério Público sobre o suposto auxílio da Casa Civil ao filho do ex-ministro José Dirceu, Jaques Wagner disse: "Evidentemente que se deve separar o público do privado sempre". Zeca Dirceu, mesmo não sendo parlamentar, conseguiu empenhar emendas em seu nome para municípios do noroeste do Paraná entre 2003 e início de 2004.

Wagner também elogiou a atitude "sensata" e "correta" de individualizar os processos de cassação contra os deputados acusados de participar do esquema do "mensalão". Em caso contrário, segundo ele, haveria um processo de "linchamento". "E vou insistir: para aqueles que acusam nessa atitude do presidente da Câmara [Aldo Rebelo] de promoção de pizza, eu devolveria dizendo que querem promover linchamento e nós vivemos num Estado democrático de Direito."

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