Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
13/10/2005 - 09h06

Para Dulci, FHC exacerbou crise política

Publicidade

KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo

O ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) disse ontem, ao chegar a Portugal, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) adotou uma "linha antidemocrática" em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a recente crise política.

Ele previu também que "o clima exacerbado e de disputa política ainda vai durar um certo tempo" porque setores da oposição lançam "denúncias vazias" contra Lula. Entre as denúncias, elencou a acusação de que Genival Inácio da Silva, irmão de Lula conhecido por Vavá, fez lobby para empresários com interesses no governo e a compra pela Telemar de parte da Gamecorp, companhia que tem entre os sócios Fábio Luis Lula da Silva, filho de Lula.

Para Dulci, FHC "revelou a volúpia eleitoral de parcela das oposições" e "exacerbou de maneira artificial" a crise ao exigir que Lula abrisse mão do direito de disputar a reeleição em 2006. "Quiseram proibir o presidente de exercer um direito que a lei lhe faculta e decretaram o final do governo."

Na avaliação do secretário-geral da Presidência da República, Fernando Henrique quis que o presidente "registrasse em cartório" que não seria candidato --exigência nunca feita em público.

Segundo Dulci, FHC "parou de falar" porque fez uma autocrítica de seus ataques ao governo. Para ele, o ex-presidente recuou das críticas devido "ao reconhecimento da força do presidente Lula e do seu prestígio popular". Disse que a oposição tenta antecipar o debate eleitoral de 2006.

Lula "sofreu um massacre das oposições, mas manteve a economia e a área social em bom funcionamento", afirmou Dulci, que viajou a Portugal como integrante da comitiva presidencial.

A Folha não conseguiu contato com o ex-presidente para que comentasse as declarações de Dulci. De acordo com sua assessoria, FHC está na Universidade Brown (EUA), onde. em outubro e novembro, leciona no departamento de Estudos Internacionais.

Eleições no PT

Dulci também falou que o PT discutirá no "momento oportuno" se concederá legenda ou não aos deputados do partido que venham a renunciar ao mandato devido às acusações de envolvimento no escândalo do "mensalão".

A admissão da possibilidade de concessão de legenda a petistas que venham a renunciar é um sinal de interesse no governo em acelerar o desfecho da crise. Seis deputados petistas estão entre os 13 cujos processos de cassação por quebra de decoro deverão ser abertos pelo Conselho de Ética.

Abertos os processos, os deputados, mesmo que venham a renunciar, perderão os direitos políticos, caso sejam cassados.

Dulci também afirmou esperar que o Congresso Nacional retome o ritmo normal de votações. "Isso não é só de interesse do governo, mas dos governadores dos Estados, de todos os partidos", disse.

Por último, ele disse que considerou boa notícia a eleição de Ricardo Berzoini para a presidência do PT. Ele afirmou esperar que o PT defenda o governo.

Segundo ele, o resultado das eleições internas mostrou que o PT não deve trabalhar mais com o conceito de "maioria e minoria rígida". Nas eleições, os moderados, do grupo de Lula e Dulci, perderam a hegemonia tranqüila e precisarão fazer acordos com tendências de esquerda para aprovar decisões da legenda.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre FHC
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página