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13/10/2005 - 09h29

Tarso quer presidir julgamento de Delúbio

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FLÁVIA MARREIRO
da Folha de S.Paulo

O presidente do PT, Tarso Genro, afirma que entregará a Ricardo Berzoini o comando de um partido "com as bases" da "refundação", mas onde "nada está garantido" e ainda há respostas a serem dadas à sociedade. Genro faz questão de presidir a reunião do Diretório Nacional que julgará o pedido de expulsão do ex-tesoureiro Delúbio Soares.

"Os elementos básicos para a reconstrução do partido estão dados, mas nada está garantido. O PT ainda tem de responder com decisões que avaliem os erros que os dirigentes cometeram, sejam ilegalidades ou erros políticos. Esse é um processo que vai prosseguir na próxima direção", disse Tarso, um dia após proclamada a vitória de Berzoini --que assume a presidência no dia 22.

Tarso defende a expulsão de Delúbio, dada como certa no PT. Questionado se a intenção era entregar o partido livre do ex-tesoureiro, um dos símbolos da atual crise, Tarso disse evitar "pré-julgamento": "Todos sabem qual a minha posição pessoal. Vou conduzir a votação do Delúbio. Já está na pauta que eu distribui".

Para ele, o atual Diretório, e não o eleito no mês passado, deve conduzir o processo: "O Diretório atual não só tem de dar uma satisfação para a base do partido como também para a sociedade".

Tarso afirmou ainda que deseja submeter ao atual Diretório o parecer da Comissão de Sindicância interna sobre os deputados envolvidos no escândalo do "mensalão", documento que ainda não está pronto. "Não tem motivo para não apresentar. Todos os deputados já fizeram sua defesa."

Para Tarso, a cena do deputado José Dirceu, seu adversário político no PT, e Berzoini comemorando a vitória não deve ser interpretada como uma "metáfora política" de "revivescência do passado" recente na sigla. Dirceu comemorou e presenteou Berzoini com um charuto, anteontem.

Segundo ele, o novo presidente será "obrigado" a continuar a "transição" por causa do fim da hegemonia do Campo Majoritário no Diretório Nacional. "Tanto Dirceu como Berzoini, Raul [Pont] e eu sabemos que o Campo Majoritário não existe mais."

A nova maioria, afirma, levantará o debate sobre a política econômica do governo Lula no PT. "Um dos maiores "crimes" que foram cometidos contra o governo e contra a nossa base social e nossa militância foi a blindagem dessa discussão." Ele defende que até março de 2006 o PT já tenha "as linhas mestras" de um projeto de transição para um "outro modelo de desenvolvimento" que o PT "deve" à sociedade.

Tarso, que deixou o Ministério da Educação para assumir o comando do PT, disse ter sido sondado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para voltar a ter uma pasta. Preferiu não aceitar, afirma, para se dedicar ao projeto de "refundação" do PT, que considera "estratégico inclusive para a reeleição" de Lula. Ele diz que só em janeiro decide se concorrerá a cargos na eleição de 2006.

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