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13/10/2005 - 09h48

Deputados do PT discutem possibilidade de renunciar

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ADRIANO CEOLIN
ANA FLOR
RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo

Quatro dos sete deputados do PT ameaçados de perder o mandato se reúnem hoje com advogados para definir se renunciam ou se vão enfrentar o processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara. Antes de qualquer decisão, porém, eles pretendem analisar a possibilidade de recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a abertura dos processos.

"Vamos lutar pela análise diferenciada dos casos. Queremos ir até o fim, mas todas as possibilidades vão ser avaliadas", disse o deputado Paulo Rocha (PA). "Estamos ouvindo nossas bases e discutindo conjuntamente", disse ele, que já afirmara que o "Pará inteiro" quer sua renúncia.

Além de Rocha, vão participar da conversa os deputados João Paulo Cunha, José Mentor e Professor Luizinho, todos do PT de São Paulo. O local do encontro pode ser o gabinete ou a casa de um dos quatro congressistas.

A Mesa da Câmara determinou anteontem a abertura de processo de cassação no Conselho de Ética contra 13 deputados. Quem não renunciar até as 18h de segunda-feira, quando deverão ser instaurados os procedimentos, corre o risco de ficar inelegível até 2015, caso ocorra a cassação.

A presença dos advogados na reunião, segundo Rocha, é importante para balizar a decisão, que pode ser conjunta ou não. "Queremos ouvir a opinião deles para tomar uma decisão", disse.

A possibilidade de ingresso no STF se dá sob o argumento de que os casos não foram analisados separadamente pela Mesa da Câmara, que não teria analisado a defesa de cada um.

Também integrante da lista de petistas cassáveis, o deputado Josias Gomes (BA) não estará em Brasília para participar do encontro com os colegas. Porém, irá avaliar a hipótese de renúncia com militantes de sua base.

"Preciso analisar para ter certeza se haverá um julgamento justo. A renúncia é uma hipótese. No início [do processo], era forte a pressão para que eu fosse até o fim. Mas agora o processo já passou por duas instâncias e eu preciso avaliar", disse Gomes.

O deputado João Magno (PT-MG) diz descartar a hipótese de renunciar para preservar seus direitos políticos. José Dirceu (PT-SP) já sofre processo de cassação no Conselho de Ética e uma renúncia agora seria inócua em caso de cassação.

Outros partidos

Já em relação aos não-petistas, a baixa mais provável é a de José Borba (PMDB-PR), que pode entregar sua carta de renúncia a qualquer momento.

O líder da bancada do PL, Sandro Mabel (GO) --que também sofre processo de cassação no conselho-- disse que não há hipótese de o correligionário Wanderval Santos (PL-SP) renunciar. "Não existe hipótese de o Wanderval ser cassado, por isso não renuncia de jeito nenhum." Roberto Brant (PFL-MG) também descarta a manobra.

Já os quatro deputados do PP ameaçados afirmam ter fechado um pacto para que nenhum deles renuncie. Apesar disso, alguns pepistas dizem ser grandes as chances de Pedro Corrêa (PE), o presidente da legenda, abrir mão do mandato até segunda.

"Se for ouvir a minha base, minha família, meus amigos, todo mundo pede para eu, por amor de Deus, não enfrentar [o conselho], porque há um prejulgamento acertado", disse José Janene (PR), líder da bancada, que afirma ter decidido enfrentar o processo.

"Não vou renunciar. Se você renuncia, acaba colocando em dúvida sua atitude, é um negócio muito sério", reforçou Vadão Gomes (SP). O outro pepista acusado é Pedro Henry (MT).

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