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13/10/2005 - 07h55

Investigação da morte do legista do caso Celso Daniel não exclui homicídio

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da Folha Online
da Folha de S.Paulo

Apesar de poucos indícios, a polícia não descarta a possibilidade de o médico-legista do caso Celso Daniel, Carlos Delmonte Printes, 55, ter sido assassinado. Como esta é a sétima pessoa que teve algum tipo de ligação com o caso e que morreu, as investigações devem abranger todas as hipóteses.

O corpo de Printes foi encontrado na tarde desta quarta-feira em seu escritório na zona sul de São Paulo. O perito participou das investigações do caso Celso Daniel --prefeito petista assassinado em 2002-- e constatou na época que o político havia sido torturado.

Para o delegado Domingos Paulo Neto, diretor do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), o mais provável é que a morte tenha sido natural. "Inicialmente descartamos que tenha sido homicídio, mas tudo será investigado."

Printes foi o primeiro a analisar o corpo e a sustentar que o prefeito foi brutalmente torturado. Ele, que disse ter sido "censurado" durante três anos, afirmou que considerava inverossímil a tese de crime comum, idéia defendida até hoje por integrantes do PT, partido do qual Celso Daniel fazia parte.

Entretanto, há suspeitas de que a morte do prefeito de Santo André estaria relacionada a um suposto esquema de corrupção montado na cidade. A família do prefeito morto sempre defendeu a tese de crime político.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o escritório do perito, que fica na Vila Mariana (zona sul), não apresentava sinais de violência, como invasão. O corpo foi encontrado por seu filho, por volta das 13h. Printes estava caído no chão e de cuecas. Segundo a polícia, ele chegou ao prédio às 3h40 para estudar, como costumava fazer. As fitas do circuito interno gravaram imagens do perito no prédio.

Miocardite

Segundo a polícia, Printes tinha problemas cardíacos. Análise preliminar do IML (Instituto Médico Legal) não detectou sinais de violência e apontou quadro compatível com broncopneumonia e miocardiopatia.

O delegado Domingos informou que a família de Printes lhe contou que, há cerca de 40 dias, após participar de um curso promovido pela Swat (grupo de elite da polícia norte americana), o perito ficou gripado. A gripe evoluiu para pneumonia e depois para miocardite (inflamação do miocárdio). Ele era tratado pela ex-mulher, que é médica.

Uma carta manuscrita por Printes com instruções de como a família deveria proceder em caso de sua morte foi deixada com um filho na segunda-feira. Na carta, ele pediu que seu corpo não fosse submetido a necropsia. Pediu ainda para ser cremado. A Folha apurou que Printes disse a amigos que estava deprimido. A família insistiu para que o corpo não fosse periciado, mas a polícia decidiu examinar o cadáver.

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