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17/10/2005 - 09h34

Lula diz na Itália que vai ganhar a eleição

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KENNEDY ALENCAR
Enviado especial da Folha a Roma

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Roma, durante encontro reservado com dirigentes de uma aliança de forças políticas de centro-esquerda da Itália, que vai "ganhar a eleição" em 2006. Segundo apurou a Folha, Lula afirmou que "muitas coisas boas" de seu governo irão surgir de agora em diante e previu uma "guerra" no PSDB para decidir quem será o candidato tucano.

O petista disse ainda que superou a fase de "desgaste grande", na qual "todo dia era uma conspiração", e confessou que não conseguiu dormir nesse período.

Após o encontro, realizado na embaixada do Brasil, o ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral), em entrevista coletiva, afirmou que Lula defendeu ser "sempre importante trabalhar pela união" da centro-esquerda em 2006 no Brasil. Dulci se referiu a uma análise feita pelo presidente na reunião com os dirigentes da União --nome da aliança de centro-esquerda que concorrerá nas eleições do ano que vem na Itália.

Dulci classificou uma eventual coligação entre PSDB e PFL em 2006 de uma aliança de "centro de direita". Indagado se julgava o prefeito de São Paulo, o tucano José Serra, um presidenciável de centro-direita, Dulci afirmou que não faria comentários sobre nomes. Disse, porém, que os "conceitos" de uma aliança PSDB-PFL "são todos de centro-direita".

Apesar de Dulci ter dito que durante a reunião com os italianos "ninguém tratou de candidaturas", a Folha apurou que Lula chegou a fazer uma análise até das chances da oposição, considerando que haverá uma "guerra" entre quatro tucanos. Lula se referia a Serra, aos governadores Geraldo Alckmin (SP) e Aécio Neves (MG) e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Sem dormir

Segundo o presidente, ele enfrentou uma crise política na qual "não conseguia dormir", quando Severino Cavalcanti (PP-PE) era presidente da Câmara, porque "todo dia era uma conspiração". Disse que a eleição de Aldo Rebelo (PC do B-SP) lhe deu tranqüilidade por ter reorganizado suas forças no Congresso. "Agora posso dormir", afirmou Lula, segundo participantes do encontro.

Foi após esse momento que o presidente disse que ganharia a reeleição, afirmando que voltará a crescer nas pesquisas eleitorais.

Participaram do encontro com Lula, entre outros, três ex-primeiro ministros da Itália, incluindo o democrata cristão Romano Prodi, que ontem foi escolhido como o candidato da aliança União.

Dirigente da Margherita (margarida), uma das forças políticas que compõem a União, Francesco Rutelli afirmou que a esquerda italiana acredita que Lula vai "vencer" a eleição.

Segundo Dulci, os dirigentes italianos estavam "muito felizes" porque a prévia da União superou as expectativas em termos de comparecimento. O ministro brasileiro disse que a esquerda italiana avalia que vencerá a eleição.

O ex-primeiro ministro Prodi aparece como favorito nas pesquisas para tentar derrotar o atual primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, de centro-direita.

Teoria da conspiração

Na seqüência do encontro com os dirigentes da União, Lula se reuniu com setores da sociedade civil italiana que sempre foram simpáticos ao PT e a ele antes que chegassem ao poder em 2002.

No começo desse encontro, o assessor especial do presidente para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou que as denúncias contra o governo eram infundadas e criadas pela "mídia" e pela "direita".

Garcia seguiu a linha de argumentação adotada pelo governo de endurecer o tom com a oposição e minimizar a gravidade das acusações de corrupção. Participaram desse encontro, também realizado na embaixada do Brasil em Roma, as centrais sindicais, ONGs e uma liga de cooperativas de muito peso na Itália.

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