Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
11/05/2010 - 16h23

Sindicância aponta "fortes indícios" da participação de procurador no mensalão do DEM

Publicidade

FILIPE COUTINHO
da Sucursal de Brasília

O escândalo do mensalão do DEM atingiu até o Ministério Público do Distrito Federal, que iniciou a investigação da Operação Caixa de Pandora. O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) decidiu nesta terça-feira intervir no Ministério Público local e investigar o procurador-geral de Justiça Leonardo Bandarra, chefe da instituição, suspeito de ter recebido propina do mensalão do DEM.

Por unanimidade, o CNMP entendeu que o Ministério Público distrital tem "incapacidade de fazer uma investigação séria e isenta" contra seu chefe. "Mesmo que sejam notícias, justificam que sejam analisados em ambiente mais imune. Resta clara a mais absoluta falta de sintonia entre os membros do MPDF. Qualquer seja a decisão da corregedoria pode ser interpretada por interesses políticos", disse o relator Francisco Maurício.

De acordo com o delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa, Bandarra recebeu R$ 1,6 milhão do esquema para interferir no Ministério Público e impedir que os contratos sem licitação para a coleta de lixo fossem investigados. Bandarra nega as denúncias.

O pedido para tomar do Ministério Público do DF a investigação foi apresentada pelo conselheiro Bruno Dantas. "A própria corregedora do MP-DF admite que a atribuição deve ser do Conselho Nacional", afirmou Bruno Dantas.

Em nome do Ministério Público do Distrito Federal, a corregedora Lenir de Azevedo disse que a instituição fez uma investigação isenta contra seu chefe, Leonardo Bandarra. "São inverdades, ilações pessoais e maledicências de bastidores. Foram promovidas inúmeras diligências em busca da verdade dos fatos", afirmou.

Lenir entregou a sindicância ao CNMP na véspera da sessão e disse que há "fortes indícios" contra Bandarra, mas não deu detalhes. A corregedoria, apesar de negar que foi parcial ou morosa, admitiu que não tinha poderes para punir o chefe do Ministério Público do DF.

"Quem deve continuar a investigação é a corregedoria-nacional porque a atribuição de continuidade é do CNMP, eu não tenho a premissa de enquadrar o procurador-geral. Nossa sindicância já está feita", afirmou.

Leonardo Bandarra não participou da sessão. O chefe do Ministério Público do DF sofreu outra derrota no CNMP na manhã desta terça-feira. O Conselho Nacional autorizou que promotores tenham acesso aos contratos de limpeza urbana suspeitos de envolverem Bandarra no mensalão do DEM.

O conselho negou recurso do Ministério Público do DF, que queria mais uma vez recusar a entrega da papelada à promotora Ruth Kicis, que também é distrital.

"Se fosse um promotor do interior, não estaríamos levando essa questão a fundo. Essa discussão toda é porque é o procurador-geral de Justiça do Distrito Federal. Por que será que o Ministério Público tem toda essa resistência em dar acesso aos contratos?", disse o conselheiro Almino Afonso.

Na decisão que impediu a promotora de estudar os contratos, o Ministério Público entendeu que a análise deveria ficar restrita à Corregedoria, que agora o CNMP decidiu que não tem capacidade de fazer uma investigação "isenta e séria".

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página