Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/10/2005 - 09h25

Promotor apura ligação entre Delúbio e tucano

Publicidade

RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo

O promotor de Justiça de Goiânia (GO) Fernando Krebs pediu ontem ao procurador-geral de Justiça de Goiás, Saulo de Castro Bezerra, autorização para investigar serviços informais supostamente realizados para o governador do Estado, Marconi Perillo (PSDB-GO), pelo ex-tesoureiro nacional do PT Delúbio Soares.

Em depoimento ao Ministério Público de São Paulo, no dia 17, Delúbio contou que fazia "assessoria" para o governo de Goiás "na medida da solicitação do governador, informalmente". O trabalho, segundo Delúbio, era "auxiliar o governo do Estado na obtenção de verbas" federais para diversas obras públicas.

Como tem foro privilegiado, Perillo só pode ser investigado a partir de iniciativa do procurador-geral de Justiça, que pode delegar a tarefa a Krebs. Até o início da noite de ontem, Bezerra não havia tomado uma decisão a respeito do pedido.

O assessor de imprensa de Perillo, procurado ontem, não foi localizado. Segundo outro assessor do governador, ele não nega que Delúbio tenha atuado para a liberação de recursos. De acordo com o assessor, Perillo deu, anteontem à noite, em Itumbiara (GO), uma entrevista por telefone a uma emissora de TV em Goiás.

Ele teria confirmado que pediu "ajuda a um goiano para obter recursos para o Estado de Goiás". Delúbio, 49, nasceu em Buriti Alegre (GO).

Segundo o assessor, Perillo procurou Delúbio devido a suas articulações no governo federal e a proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Ele se propunha a ajudar, não sei se conseguiu os recursos. Nunca dei e ele não pediu nada em troca", teria dito Perillo.

O promotor de Justiça de São Paulo Túlio Tadeu Tavares tomou depoimento de Delúbio em cumprimento a uma carta precatória expedida pela Justiça de Goiás a pedido do promotor Fernando Krebs. Ele investiga suposto enriquecimento ilícito de Delúbio.

O ex-tesoureiro foi remunerado pela Secretaria de Educação de Goiás (o último salário foi de R$ 1,3 mil brutos) por cerca de 20 anos em licença, embora morasse em São Paulo, onde trabalhava para o PT e entidades sindicais. Delúbio contou que há 16 anos vive em São Paulo, no mesmo endereço, e que foi tesoureiro nacional do PT entre março de 2000 e julho último.

O promotor Fernando Krebs quer saber se a dispensa de Delúbio de suas atividades como professor está relacionada à atividade que ele disse fazer em favor do governo goiano.

No depoimento, Delúbio Soares afirma que atuou para liberar verbas "para recuperação de estradas, para a construção da ETE [Estação de Tratamento de Esgoto], para a construção da barragem João Leite, para a construção do aeroporto Santa Genoveva, entre outras obras"' que disse não se lembrar.

Pontos nebulosos

Não ficou claro no depoimento do ex-tesoureiro os métodos que ele supostamente utilizava para liberar os recursos. Não esclarece ainda em quais das obras mencionadas houve liberações de recursos e em que ano teriam ocorrido.

Delúbio relatou ao Ministério Público que também prestou "assessoria gratuita" ao sindicato dos trabalhadores de ensino de Goiás e representou a CUT (Central Única dos Trabalhadores) no FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Delúbio Soares
  • Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página