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30/10/2005
-
20h34
EDUARDO DE OLIVEIRA
da Agência Folha
Uma das lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no agreste de Pernambuco, Antônio José dos Santos, 50, foi assassinado a facadas no sábado à noite em Tacaimbó (182 km de Recife). Para o movimento, o crime foi em conseqüência de conflito agrário.
Na quinta-feira à noite, outro líder de uma dissidência do MST, o MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra), já havia sido morto, em circunstâncias que ainda estão sendo investigadas.
Segundo informações passadas pelas polícias Civil e Militar, Santos, antes de ser assassinado, havia bebido com os irmãos, conhecidos como Geraldo e Maria José "do Gerson" --em referência ao prenome do pai deles--, em frente à entrada de um sítio.
O corpo do agricultor foi encontrado caído na estrada de terra que passa em frente à propriedade, com perfurações no peito e no abdômen. Ao seu lado, havia uma garrafa de aguardente, uma de refrigerante e um maço de cigarros.
A polícia trata os irmãos como suspeitos e não os havia encontrado até o início da noite de ontem. A primeira hipótese levantada é que o assassinato seja conseqüência de algum desentendimento.
Já a direção do MST no Estado acredita que o crime esteja relacionado à disputa por terra. A assessoria de imprensa informou que Santos vinha sofrendo ameaças de proprietários da região.
Ele integrava o acampamento levantado dentro da fazenda Maiada dos Cavalos, invadida por cerca de 40 famílias.
Ainda segundo a assessoria de imprensa do movimento, na sexta-feira, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) obteve na Justiça a imissão de posse de parte da propriedade para a criação de um projeto de assentamento. A reportagem não conseguiu ontem falar com nenhum funcionário do instituto.
Ameaça
Na sexta-feira (28), a Polícia Civil abriu inquérito para investigar a morte do coordenador do MLST Hanilton Martins da Silva, 34, assassinado um dia antes em Itaíba (330 km de Recife). Ele foi morto a tiros por dois homens que estavam numa motocicleta, após parar seu carro num posto de gasolina. Silva retornava de uma reunião com lideranças de uma cooperativa de trabalhadores rurais da região.
Dirigentes do MLST sustentam que a morte está ligada à questão agrária. A polícia apura essa possibilidade e investiga também uma possível vingança.
No dia 10 de outubro, Silva procurou o Ministério Público estadual para denunciar um suposto clima de insegurança no município --motivado, segundo ele, pela atuação de pistoleiros e pela pouca presença de policiais. O lavrador solicitou o envio de uma força-tarefa para tentar garantir segurança na cidade.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o movimento sem-terra
Líder do MST é assassinado em Pernambuco
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da Agência Folha
Uma das lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no agreste de Pernambuco, Antônio José dos Santos, 50, foi assassinado a facadas no sábado à noite em Tacaimbó (182 km de Recife). Para o movimento, o crime foi em conseqüência de conflito agrário.
Na quinta-feira à noite, outro líder de uma dissidência do MST, o MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra), já havia sido morto, em circunstâncias que ainda estão sendo investigadas.
Segundo informações passadas pelas polícias Civil e Militar, Santos, antes de ser assassinado, havia bebido com os irmãos, conhecidos como Geraldo e Maria José "do Gerson" --em referência ao prenome do pai deles--, em frente à entrada de um sítio.
O corpo do agricultor foi encontrado caído na estrada de terra que passa em frente à propriedade, com perfurações no peito e no abdômen. Ao seu lado, havia uma garrafa de aguardente, uma de refrigerante e um maço de cigarros.
A polícia trata os irmãos como suspeitos e não os havia encontrado até o início da noite de ontem. A primeira hipótese levantada é que o assassinato seja conseqüência de algum desentendimento.
Já a direção do MST no Estado acredita que o crime esteja relacionado à disputa por terra. A assessoria de imprensa informou que Santos vinha sofrendo ameaças de proprietários da região.
Ele integrava o acampamento levantado dentro da fazenda Maiada dos Cavalos, invadida por cerca de 40 famílias.
Ainda segundo a assessoria de imprensa do movimento, na sexta-feira, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) obteve na Justiça a imissão de posse de parte da propriedade para a criação de um projeto de assentamento. A reportagem não conseguiu ontem falar com nenhum funcionário do instituto.
Ameaça
Na sexta-feira (28), a Polícia Civil abriu inquérito para investigar a morte do coordenador do MLST Hanilton Martins da Silva, 34, assassinado um dia antes em Itaíba (330 km de Recife). Ele foi morto a tiros por dois homens que estavam numa motocicleta, após parar seu carro num posto de gasolina. Silva retornava de uma reunião com lideranças de uma cooperativa de trabalhadores rurais da região.
Dirigentes do MLST sustentam que a morte está ligada à questão agrária. A polícia apura essa possibilidade e investiga também uma possível vingança.
No dia 10 de outubro, Silva procurou o Ministério Público estadual para denunciar um suposto clima de insegurança no município --motivado, segundo ele, pela atuação de pistoleiros e pela pouca presença de policiais. O lavrador solicitou o envio de uma força-tarefa para tentar garantir segurança na cidade.
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