Publicidade
Publicidade
31/10/2005
-
21h55
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
A superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Recife, Maria de Oliveira, disse nesta segunda-feira que 14 pessoas ligadas a movimentos agrários em Pernambuco estão ameaçadas de morte no interior do Estado.
Ela defendeu a criação de uma força-tarefa para atuar nas áreas de conflito agrário no Estado. Em cinco dias, três lideranças de trabalhadores rurais foram assassinadas em Pernambuco.
O último caso ocorreu na noite de anteontem, em Taquaritinga do Norte (a 180 km de Recife). O vereador e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, Luís Manoel de Menezes (PPS), 52, foi morto a tiros no sítio onde morava.
A lista como os nomes dos ameaçados foi divulgada ontem, em reunião de lideranças dos lavradores com representantes da Comissão Estadual de Direitos Humanos, do Incra e do Ministério Público do Estado.
Alegando risco à segurança dos envolvidos, a identidade das 14 pessoas foi mantida em sigilo. "Vamos apurar a situação de cada um", afirmou a superintendente.
No caso de Menezes, a Polícia Civil trabalha com a possibilidade de latrocínio (assalto seguido de homicídio), mas não descarta as hipóteses de crime político, passional ou ligado à disputa pela terra.
Menezes, que era casado, mas tinha outra famílias, estava na casa da segunda mulher quando dois homens encapuzados e armados anunciaram um assalto.
Ele teria dito que não tinha nada e levou um tiro no peito. A mulher entregou a chave de uma moto, mas os assassinos não conseguiram acioná-la.
Os assaltantes teriam retornado à casa para pedir à mulher que ligasse a moto. Assim que isso foi feito, dispararam outro tiro, na cabeça do sindicalista. A moto foi abandonada em um sítio vizinho.
Em nota à imprensa, a Fetape (Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco), entidade a qual o vereador era ligado, afirmou que "são claras as evidências de que se trata de um crime encomendado".
A superintendente do Incra disse, porém, que ainda não há como afirmar isso, apesar de considerar "emblemático" o fato de as três mortes envolverem lideranças regionais dos três maiores movimentos de luta pela terra, o MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra), o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e a Fetape.
Para ela, até agora apenas o primeiro homicídio, ocorrido sexta-feira, envolvendo o coordenador do MLST Hanilton Martins da Silva, 34, está claramente ligado à causa. Silva foi assassinado a tiros, em um posto de gasolina, em Itaíba (330 km de Recife).
O líder sem-terra fazia parte de uma lista com três nomes, de pessoas "marcadas para morrer", divulgada no dia 11 de setembro de 2003, em audiência pública na cidade sobre os conflitos de terra na região. Apenas um dos integrantes da lista continua vivo.
O segundo homicídio ocorreu na noite de sábado. Antônio José dos Santos, 50, líder do MST na região de Tacaimbó (128 km de Recife), foi assassinado a facadas em circunstâncias ainda desconhecidas pela polícia.
O MST afirma que a vítima vinha sendo ameaçada de morte. A superintendente do Incra estranha que o homicídio tenha ocorrido um dia após a imissão de posse de parte da propriedade em que ele vivia, para a implantação de um projeto de assentamento.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre conflitos agrários
Em PE, 14 pessoas ligadas a movimentos agrários já foram ameaçadas
Publicidade
da Agência Folha, em Recife
A superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Recife, Maria de Oliveira, disse nesta segunda-feira que 14 pessoas ligadas a movimentos agrários em Pernambuco estão ameaçadas de morte no interior do Estado.
Ela defendeu a criação de uma força-tarefa para atuar nas áreas de conflito agrário no Estado. Em cinco dias, três lideranças de trabalhadores rurais foram assassinadas em Pernambuco.
O último caso ocorreu na noite de anteontem, em Taquaritinga do Norte (a 180 km de Recife). O vereador e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, Luís Manoel de Menezes (PPS), 52, foi morto a tiros no sítio onde morava.
A lista como os nomes dos ameaçados foi divulgada ontem, em reunião de lideranças dos lavradores com representantes da Comissão Estadual de Direitos Humanos, do Incra e do Ministério Público do Estado.
Alegando risco à segurança dos envolvidos, a identidade das 14 pessoas foi mantida em sigilo. "Vamos apurar a situação de cada um", afirmou a superintendente.
No caso de Menezes, a Polícia Civil trabalha com a possibilidade de latrocínio (assalto seguido de homicídio), mas não descarta as hipóteses de crime político, passional ou ligado à disputa pela terra.
Menezes, que era casado, mas tinha outra famílias, estava na casa da segunda mulher quando dois homens encapuzados e armados anunciaram um assalto.
Ele teria dito que não tinha nada e levou um tiro no peito. A mulher entregou a chave de uma moto, mas os assassinos não conseguiram acioná-la.
Os assaltantes teriam retornado à casa para pedir à mulher que ligasse a moto. Assim que isso foi feito, dispararam outro tiro, na cabeça do sindicalista. A moto foi abandonada em um sítio vizinho.
Em nota à imprensa, a Fetape (Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco), entidade a qual o vereador era ligado, afirmou que "são claras as evidências de que se trata de um crime encomendado".
A superintendente do Incra disse, porém, que ainda não há como afirmar isso, apesar de considerar "emblemático" o fato de as três mortes envolverem lideranças regionais dos três maiores movimentos de luta pela terra, o MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra), o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e a Fetape.
Para ela, até agora apenas o primeiro homicídio, ocorrido sexta-feira, envolvendo o coordenador do MLST Hanilton Martins da Silva, 34, está claramente ligado à causa. Silva foi assassinado a tiros, em um posto de gasolina, em Itaíba (330 km de Recife).
O líder sem-terra fazia parte de uma lista com três nomes, de pessoas "marcadas para morrer", divulgada no dia 11 de setembro de 2003, em audiência pública na cidade sobre os conflitos de terra na região. Apenas um dos integrantes da lista continua vivo.
O segundo homicídio ocorreu na noite de sábado. Antônio José dos Santos, 50, líder do MST na região de Tacaimbó (128 km de Recife), foi assassinado a facadas em circunstâncias ainda desconhecidas pela polícia.
O MST afirma que a vítima vinha sendo ameaçada de morte. A superintendente do Incra estranha que o homicídio tenha ocorrido um dia após a imissão de posse de parte da propriedade em que ele vivia, para a implantação de um projeto de assentamento.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice