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03/11/2005 - 09h42

Lista trará 50 saques não identificados

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da Folha de S.Paulo

A CPI dos Correios deve apresentar na próxima quinta-feira um relatório sobre a movimentação financeira do publicitário Marcos Valério de Souza em que lista 50 sacadores de suas contas ainda não identificados. Essas pessoas poderiam levar a mais deputados que teriam se beneficiado do esquema montado pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

Relatório encaminhado pela CPI à Câmara dos Deputados, no final de agosto, listou 19 parlamentares passíveis de cassação por suposto envolvimento no escândalo do "mensalão", a suposta compra de apoio pelo governo. A versão de Delúbio e de Valério é que esses recursos, não declarados, foram usados para quitar dívidas de campanha.

O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), que é sub-relator de movimentação financeira, deve pedir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico desses 50 sacadores na próxima terça-feira para tentar rastrear o dinheiro. A lista total em poder da CPI tem 120 nomes.

"Vamos apresentar planilhas com toda a movimentação bancária do Marcos Valério, comparar com dados contábeis e com os empréstimos bancários. Isso mostra o desencontro das informações e que não tem empréstimo entre ele e o PT", disse Fruet.

A CPI investiga se o publicitário foi beneficiado com contratos públicos em troca da ajuda financeira concedida ao partido. As agências de Valério prestavam serviço para Banco do Brasil, Correios, Eletronorte e Ministério do Trabalho, mas os contratos foram revogados no curso da atual crise política. Os principais depoimentos marcados para as próximas duas semanas na comissão estão focados na identificação do dinheiro que abasteceu o caixa dois do PT. Entre eles está o da ex-presidente da Brasil Telecom Carla Cicco. A CPI quer esclarecer contratos de publicidade, firmados no início deste ano, com as agências SMPB e DNA, de Marcos Valério, no valor de R$ 50 milhões.

Também será ouvido Marcelo Viana, funcionário da casa de câmbio Barcelona Tour, do doleiro Antonio Claramunt, o Toninho da Barcelona, e a cambista Nelma Cunha, da Havaí Câmbio e Turismo, de Santo André (SP).
Sem apresentar provas, Toninho, que está preso em São Paulo, tem dado detalhes de um suposto esquema de remessa ilegal de recursos para o exterior pelo PT. Ele já chegou a dizer que, durante a campanha de 2002, o partido trocava quase diariamente quantias que variavam entre U$ 30 mil e U$ 50 mil. Viana seria o responsável pelas operações de balcão da Barcelona e a troca do dinheiro seria feita pelo gabinete do então vereador de São Paulo Devanir Ribeiro (PT), hoje deputado federal. O petista nega.

A CPI marcou ainda para a próxima quarta-feira o depoimento de Soraya Garcia, ex-assessora financeira da campanha do PT de Londrina nas eleições de 2004. Em entrevista à Folha, ela acusou o então ministro José Dirceu (Casa Civil) de levar R$ 300 mil em espécie para a campanha de Nedson Micheleti, prefeito reeleito pelo PT no ano passado. Soraya denuncia um suposto esquema de caixa dois na cidade.

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