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08/11/2005
-
13h16
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
Roseana Morais Garcia, a viúva de Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, repetiu nesta terça-feira que o assassinato de seu marido teve motivação política. Roseana, que presta depoimento na CPI dos Bingos, afirmou que Toninho do PT, quando estava à frente da Prefeitura de Campinas (95 km a noroeste de São Paulo), contrariou pelo menos 11 setores com negócios no município.
Disse também que, quando era vice-prefeito da cidade, Toninho do PT entrou com ações públicas contra o então prefeito Jacob Bittar em obras superfaturadas que ele via irregularidades.
Toninho do PT foi assassinado em setembro de 2001 quando dirigia seu carro, perto de um shopping da cidade.
Ainda na primeira parte de sua apresentação, Roseana afirmou que se assustou com a notícia da morte do legista Carlos Delmonte Pires, no último dia 12 de outubro. "Eu me assustei profundamente com a morte desse legista", afirmou, acrescentando que as pessoas envolvidas no caso estão morrendo. "Isto é um desespero."
Segundo Roseana, Delmonte fez o laudo de quatro pessoas assassinadas em Caraguatatuba (litoral norte de São Paulo) que foram apontadas como responsáveis pelo crime. A Polícia Civil encontrou disquetes com laudos do caso Toninho na casa dele.
Além de defender a tese de que a morte de seu marido teve motivação política, Roseana acredita haver um elo entre as mortes de Toninho do PT e Celso Daniel, prefeito de Santo André (Grande São Paulo) assassinado em 2002.
Emocionada, Roseana fez comentários sobre a morte do marido contendo o choro. Chegou a fazer algumas pausas para se recompor. "Hoje estou bem melhor, não conseguiria falar isso [no passado] sem chorar."
A viúva --que afirma já ter sofrido ameaças anônimas-- disse que Toninho pode ter sido morto por contrariar interesses de "grupos poderosos". Nos últimos dias, ela disse ter pedido que fosse realizada uma varredura em seus telefones por suspeitar que estavam "grampeados". O resultado da vistoria foi negativo.
Crime planejado
Para o relator da comissão, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), as declarações de Roseana indicam que o assassinato de Toninho do PT foi planejado. "Tenho desconfiança de que esse crime também foi planejado", declarou, indicando que o assassinato de Celso Daniel também não foi um crime comum. "O que ela falou leva a isso."
O senador criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ontem, em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, defendeu a tese de crime comum no caso de Celso Daniel. "O presidente, com a responsabilidade que tem, não deveria ter falado daquele jeito, se colocando contra a versão da família [de Celso Daniel]."
Segundo o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), a Polícia Federal deverá entrar nas investigações de Toninho do PT a pedido do Conselho Nacional do Direito da Pessoa Humana.
Resposta
Em maio do ano passado, a viúva entregou um abaixo-assinado ao presidente Lula com cerca de 53 mil assinaturas, no qual solicitava a intervenção da Polícia Federal nas investigações. A viúva diz que não teve resposta sobre a solicitação.
Em uma nota divulgada no ano passado, a ONG "Quem matou Toninho?" afirmou que o "presidente Lula foi omisso" em relação ao caso. Garcia e a ONG não aceitam a versão da Polícia Civil de que o prefeito tenha sido assassinado porque seu carro atrapalhou a fuga da quadrilha do seqüestrador Wanderson Newton de Paulo, o Andinho --único sobrevivente da quadrilha.
Os outros quatro membros da quadrilha de Andinho acusados pela polícia de envolvimento no crime foram mortos pela Polícia Civil em uma ação em Caraguatatuba, dias após a morte de Toninho. O caso é investigado pelo Gaerco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado).
Com Folha de S.Paulo
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da Folha Online, em Brasília
Roseana Morais Garcia, a viúva de Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, repetiu nesta terça-feira que o assassinato de seu marido teve motivação política. Roseana, que presta depoimento na CPI dos Bingos, afirmou que Toninho do PT, quando estava à frente da Prefeitura de Campinas (95 km a noroeste de São Paulo), contrariou pelo menos 11 setores com negócios no município.
Disse também que, quando era vice-prefeito da cidade, Toninho do PT entrou com ações públicas contra o então prefeito Jacob Bittar em obras superfaturadas que ele via irregularidades.
Toninho do PT foi assassinado em setembro de 2001 quando dirigia seu carro, perto de um shopping da cidade.
Lula Marques/Folha Imagem |
Roseana, viúva de Toninho do PT, fala à CPI dos Bingos |
Segundo Roseana, Delmonte fez o laudo de quatro pessoas assassinadas em Caraguatatuba (litoral norte de São Paulo) que foram apontadas como responsáveis pelo crime. A Polícia Civil encontrou disquetes com laudos do caso Toninho na casa dele.
Além de defender a tese de que a morte de seu marido teve motivação política, Roseana acredita haver um elo entre as mortes de Toninho do PT e Celso Daniel, prefeito de Santo André (Grande São Paulo) assassinado em 2002.
Emocionada, Roseana fez comentários sobre a morte do marido contendo o choro. Chegou a fazer algumas pausas para se recompor. "Hoje estou bem melhor, não conseguiria falar isso [no passado] sem chorar."
A viúva --que afirma já ter sofrido ameaças anônimas-- disse que Toninho pode ter sido morto por contrariar interesses de "grupos poderosos". Nos últimos dias, ela disse ter pedido que fosse realizada uma varredura em seus telefones por suspeitar que estavam "grampeados". O resultado da vistoria foi negativo.
Crime planejado
Para o relator da comissão, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), as declarações de Roseana indicam que o assassinato de Toninho do PT foi planejado. "Tenho desconfiança de que esse crime também foi planejado", declarou, indicando que o assassinato de Celso Daniel também não foi um crime comum. "O que ela falou leva a isso."
O senador criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ontem, em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, defendeu a tese de crime comum no caso de Celso Daniel. "O presidente, com a responsabilidade que tem, não deveria ter falado daquele jeito, se colocando contra a versão da família [de Celso Daniel]."
Segundo o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), a Polícia Federal deverá entrar nas investigações de Toninho do PT a pedido do Conselho Nacional do Direito da Pessoa Humana.
Resposta
Em maio do ano passado, a viúva entregou um abaixo-assinado ao presidente Lula com cerca de 53 mil assinaturas, no qual solicitava a intervenção da Polícia Federal nas investigações. A viúva diz que não teve resposta sobre a solicitação.
Em uma nota divulgada no ano passado, a ONG "Quem matou Toninho?" afirmou que o "presidente Lula foi omisso" em relação ao caso. Garcia e a ONG não aceitam a versão da Polícia Civil de que o prefeito tenha sido assassinado porque seu carro atrapalhou a fuga da quadrilha do seqüestrador Wanderson Newton de Paulo, o Andinho --único sobrevivente da quadrilha.
Os outros quatro membros da quadrilha de Andinho acusados pela polícia de envolvimento no crime foram mortos pela Polícia Civil em uma ação em Caraguatatuba, dias após a morte de Toninho. O caso é investigado pelo Gaerco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado).
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