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09/11/2005 - 09h36

Poleto e Barquete trocaram mil telefonemas

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MARTA SALOMON
LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo

Personagens do suposto transporte de dólares vindos de Cuba durante a campanha presidencial de 2002 mantiveram intensa troca de telefonemas em 2003 e 2004, de acordo com dados de sigilo telefônico obtidos pela CPI dos Bingos.

Ligados direta ou indiretamente ao episódio dos dólares de Cuba, Vladimir Poleto, Rogério Buratti e Ralf Barquete assessoraram o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) na Prefeitura de Ribeirão Preto (SP). O empresário José Roberto Colnaghi é dono do avião Seneca PT-RSX, que teria transportado o dinheiro acondicionado em caixas de uísque.

No período de um ano, Barquete e Poleto trocaram mais de mil telefonemas. Morto no início de 2004, Barquete testemunhou o suposto transporte de dólares de Cuba para o PT em 2002, segundo reportagem da revista "Veja". O PT e o governo negam a história.

A quebra do sigilo telefônico de Poleto revela contatos com Colnaghi entre agosto de 2003 e dezembro de 2004. A CPI rastreou contatos de Poleto com telefones do dono do avião e de uma de suas empresas, a Soft Micro Informática, credenciada pelo Ministério da Fazenda para participar de programa de US$ 300 milhões.

Ao rastrear dez telefones usados por Poleto, a CPI detectou 51 horas e 29 minutos de telefonemas trocados entre ele e três telefones usados por Ademirson Ariovaldo da Silva, assessor direto de Palocci no Ministério da Fazenda.

Procurados pela Folha, o ministro e seu assessor não se manifestaram sobre o assunto.

Foram 1.434 ligações entre Poleto e Ademirson entre 26 de março de 2003 e 30 de agosto de 2005. A CPI localizou uma ligação para a casa do ministro, em 2003.

Os parlamentares não receberam informações sobre os telefonemas trocados por Poleto e os demais personagens do episódio à época em que os dólares teriam sido transportados ao Brasil, em meados de 2002.

O caso é investigado pela CPI dos Bingos, que ouve amanhã o depoimento de Poleto.

Em parte do período de rastreamento dos telefonemas de Poleto, o economista trabalhava no Rio como consultor do Banco Prosper. Gravação telefônica autorizada pela Justiça capturou conversa de Poleto com Buratti. Eles trataram de um encontro do ministro com o presidente do Prosper. Na véspera e no dia da reunião entre o ministro e o presidente do Prosper, no dia 10 de outubro de 2004, Poleto trocou quatorze telefonemas com Ademirson.

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