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09/11/2005 - 13h04

Advogado diz que BB deve R$ 3 milhões a Marcos Valério

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O advogado do empresário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, Paulo Sérgio Abreu e Silva, entregou hoje às CPI dos Correios e do Mensalão documentos que contrariam a versão de que a DNA deveria R$ 9 milhões ao Banco do Brasil.

Pela versão de Valério, a situação seria inversa: o Banco do Brasil deveria R$ 12 milhões à DNA. Descontados os R$ 9 milhões contestados pela CPI e pelo BB, sobrariam R$ 3 milhões, dinheiro que Valério deve reclamar à Justiça.

"Nós chegamos à conclusão que é contrário. Quem deve não é a DNA, quem deve é o Banco do Brasil e a Visanet. Esses documentos foram todos entregues", afirmou o advogado. "Nós vamos mover uma ação civil contra o Banco do Brasil e vamos fazer um acerto de contas", declarou.

O relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse, na semana passada, que os repasses de recursos antecipados pelo BB para a DNA configuravam um esquema de desvio de recursos públicos para o "valerioduto". O empresário receberia dinheiro do Banco, investiria e faria a transferência para o BMG (Banco de Minas Gerais). De lá, Marcos Valério retiraria um empréstimo e repassaria o dinheiro para o PT.

O advogado contestou a declaração de Serraglio e disse ter havido erro na interpretação dos documentos. "Ele [o relator] viu uma possibilidade de triangulação e neste momento criou-se o escândalo", declarou.

Recursos suficientes

Paulo Sérgio reafirmou a tese apresentada na semana passada pelo petista Carlos Abicalil (MT) de que havia recursos suficientes nas contas de Valério para que fosse feito o depósito no BMG sem a necessidade de receber dinheiro do BB.

"Se ele [Serraglio] procurasse examinar os extratos bancários, ele veria que não havia a possibilidade desse dinheiro partir do BB e partir para partido político", disse. "Houve um erro, não do relator, mas da assessoria dele. O relator é um homem sério. Jamais faria uma leviandade dessa", acrescentou.

Antes que os documentos chegassem à CPI, Serraglio já desqualificava os papéis. Na interpretação do relator, o BB deveria apresentar as notas para mostrar se os serviços foram ou não prestados. As informações não teriam credibilidade porque a Receita Federal já constatou na contabilidade das empresas de Valério a existência de notas frias. De 27 analisadas numa amostragem, 11 eram frias.

"Os documentos são inconsistentes", declarou o sub-relator da CPI Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). O mesmo disse ontem outro sub-relator, Gustavo Fruet (PSDB-PR). O deputado tucano afirmou que o fato dos serviços terem ou não sido prestado é indiferente para a investigação do suposto desvio de recursos do BB para o PT.

Na contramão, o presidente da CPI do Mensalão, senador Amir Lando (PMDB-RO), disse "ser leviano" fazer prejulgamento dos documentos entregues hoje à CPI. "Não ser pode, a priori, fazer nenhum juízo de valor. Eu seria leviano se fizesse juízo de valor", afirmou.

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