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17/11/2005
-
22h05
MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba
Em depoimento ao juiz federal Guerverson Rogério Farias, em Curitiba, o advogado Roberto Bertholdo acusou o líder do PP na Câmara dos Deputados, José Janene (PR), de ser o responsável pelo grampo em um telefone do juiz federal da vara especializada em lavagem de dinheiro no Paraná, Sérgio Fernando Moro. A acusação deve levar o juiz Farias a chamar o deputado para depor no processo.
Bertholdo está preso preventivamente desde o último dia 4, sob suspeita de escuta ilegal, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Ele é ex-assessor parlamentar e advogado do ex-deputado José Borba (PMDB-PR) --que renunciou para escapar do processo de cassação por ser um suposto beneficiário do ''mensalão''. Também advogou para Janene, acusado de operar o ''mensalão'' na bancada do PP.
Bertholdo foi ouvido por Farias --substituto de Moro na 2ª Vara Federal Criminal --na segunda-feira. O juiz não dá entrevistas, mas a assessoria de imprensa da Justiça Federal em Curitiba confirmou a acusação que o advogado fez a Janene.
Ele envolveu também o doleiro Alberto Youssef na acusação sobre a escuta clandestina, que ocorreu entre 2003 e 2004. Youssef era investigado e já foi condenado por lavagem de dinheiro.
A versão do advogado é que Janene o alertou sobre uma conversa de Moro com um interlocutor, em que o juiz dizia que mandaria prender o ex-deputado estadual Tony Garcia (PP). Garcia era cliente de Bertholdo no caso em que é acusado do golpe financeiro no consórcio Garilbadi, já liqüidado.
A relação entre Janene e Youssef é investigada pelo Ministério Público do Paraná, no caso de corrupção na Prefeitura de Londrina durante a gestão do prefeito cassado Antonio Belinati (PP). Eles negam.
Um segundo depoimento tomado na segunda reforça, porém, as suspeitas sobre Bertholdo. Sérgio Rodrigues, identificado pela Polícia Federal como o autor do grampo clandestino, disse que a escuta foi contratada por Bertholdo e que recebia o pagamento pelo serviço, em dinheiro, no escritório do advogado em Curitiba.
A Folha apurou que a prova mais incriminadora é uma conversa de Bertholdo com um ex-sócio (gravada pelo ex-sócio), em que os dois falam da intenção de Moro de prender Garcia. O ex-sócio entregou a fita à Justiça.
Por intermédio de sua assessoria de imprensa, Janene disse que a acusação de Bertholdo ''é uma tática anunciada'' de, ao incluir no caso o nome do deputado, tentar transferir o caso para o foro especial do STF (Supremo Tribunal Federal). Ainda segundo a assessoria, Bertholdo deixou de ser o advogado do deputado há três anos. O advogado de Youssef e de Garcia, Antonio Figueiredo Basto, negou as acusações a seus clientes e segue a tese de que Bertholdo ''quer desviar o foco das investigações''.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre José Janene
Advogado acusa Janene de mandar grampear juiz
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da Agência Folha, em Curitiba
Em depoimento ao juiz federal Guerverson Rogério Farias, em Curitiba, o advogado Roberto Bertholdo acusou o líder do PP na Câmara dos Deputados, José Janene (PR), de ser o responsável pelo grampo em um telefone do juiz federal da vara especializada em lavagem de dinheiro no Paraná, Sérgio Fernando Moro. A acusação deve levar o juiz Farias a chamar o deputado para depor no processo.
Bertholdo está preso preventivamente desde o último dia 4, sob suspeita de escuta ilegal, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Ele é ex-assessor parlamentar e advogado do ex-deputado José Borba (PMDB-PR) --que renunciou para escapar do processo de cassação por ser um suposto beneficiário do ''mensalão''. Também advogou para Janene, acusado de operar o ''mensalão'' na bancada do PP.
Bertholdo foi ouvido por Farias --substituto de Moro na 2ª Vara Federal Criminal --na segunda-feira. O juiz não dá entrevistas, mas a assessoria de imprensa da Justiça Federal em Curitiba confirmou a acusação que o advogado fez a Janene.
Ele envolveu também o doleiro Alberto Youssef na acusação sobre a escuta clandestina, que ocorreu entre 2003 e 2004. Youssef era investigado e já foi condenado por lavagem de dinheiro.
A versão do advogado é que Janene o alertou sobre uma conversa de Moro com um interlocutor, em que o juiz dizia que mandaria prender o ex-deputado estadual Tony Garcia (PP). Garcia era cliente de Bertholdo no caso em que é acusado do golpe financeiro no consórcio Garilbadi, já liqüidado.
A relação entre Janene e Youssef é investigada pelo Ministério Público do Paraná, no caso de corrupção na Prefeitura de Londrina durante a gestão do prefeito cassado Antonio Belinati (PP). Eles negam.
Um segundo depoimento tomado na segunda reforça, porém, as suspeitas sobre Bertholdo. Sérgio Rodrigues, identificado pela Polícia Federal como o autor do grampo clandestino, disse que a escuta foi contratada por Bertholdo e que recebia o pagamento pelo serviço, em dinheiro, no escritório do advogado em Curitiba.
A Folha apurou que a prova mais incriminadora é uma conversa de Bertholdo com um ex-sócio (gravada pelo ex-sócio), em que os dois falam da intenção de Moro de prender Garcia. O ex-sócio entregou a fita à Justiça.
Por intermédio de sua assessoria de imprensa, Janene disse que a acusação de Bertholdo ''é uma tática anunciada'' de, ao incluir no caso o nome do deputado, tentar transferir o caso para o foro especial do STF (Supremo Tribunal Federal). Ainda segundo a assessoria, Bertholdo deixou de ser o advogado do deputado há três anos. O advogado de Youssef e de Garcia, Antonio Figueiredo Basto, negou as acusações a seus clientes e segue a tese de que Bertholdo ''quer desviar o foco das investigações''.
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