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30/11/2005 - 16h12

Promotor diz que "desarranjo" no esquema de corrupção provocou morte de Celso Daniel

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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

O prefeito de Santo André Celso Daniel foi assassinado porque houve um "desarranjo no esquema de corrupção montado na cidade". A avaliação é do promotor de Justiça Roberto Winder Filho, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que nesta quarta-feira presta depoimento na CPI dos Bingos.

"Estamos convencidos que o crime ocorreu por um desarranjo no esquema de corrupção. Estamos convencidos que Celso Daniel sabia e aceitava o esquema, desde que o dinheiro fosse para o PT. O desarranjo acontece quando ele descobre que a maior parte do dinheiro fica para os corruptores."

A conclusão de Winder é de que o então prefeito começou a reunir documentos para se defender e denunciar os corruptores. Na opinião do promotor, foi por causa desta tentativa de acabar com o esquema que Celso Daniel foi assassinado.

Winder afirmou que existe um laudo pericial que comprovaria que Celso Daniel foi torturado antes de ser morto.

"O laudo afirma existirem três tipos de lesões. A primeira lesão, que deve ter ocorrido quase simultaneamente com o seqüestro, foi na cabeça. Uma lesão grande. A segunda lesão é composta de marcas de queimaduras redondas nas costas, feitas horas mais tarde. As marcas são consistentes com a pressão de arma de fogo. A terceira lesão são marcas de estilhaços de bala nas pernas e axilas de Celso Daniel. Todas estas lesões foram feitas horas antes do óbito, provocado por oito tiros. As marcas de estilhaço na axila demonstram que o prefeito estava sem camisa, porque não há marcas de perfurações consistentes na roupa que Celso Daniel usava", explicou o promotor.

Winder acusou o empresário Sérgio Gomes da Silva, o "Sombra" de ser um dos mandantes do assassinato de Celso Daniel. Segundo o promotor, a perícia desmontou sucessivamente todas as versões dadas por Sérgio para o fato de o seu carro ter parado e propiciado o seqüestro do ex-prefeito. Para Winder, Sombra fez de tudo para prejudicar as investigações.

"Na primeira versão, ele afirma ter parado o carro porque o pneu foi furado. A perícia comprovou que os pneus não estavam vazios. Depois, ele mudou a versão e afirmou que o carro morreu. Alguém deve tê-lo avisado que em carro automático o motor não morre, porque ele mudou a versão novamente, desta vez dizendo que o carro patinou. Já perante o juiz, ele confirmou que parou espontaneamente e disse que parou porque quis, para saber o que ia fazer", disse Winder.

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