Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
01/12/2005 - 20h15

Testemunha do caso Toninho do PT diz que ameaças aumentaram

Publicidade

MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Campinas

O sushiman identificado como "Jack" --uma das principais testemunhas no caso do assassinato do prefeito de Campinas (SP) Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT --disse nesta quinta-feira que as ameaças de morte contra ele se intensificaram após ter prestado depoimento a uma subcomissão da CPI dos Bingos, na segunda-feira.

Aos senadores que o ouviram, "Jack" revelou nomes de pessoas que teriam participado de reuniões em um bingo de Campinas (95 km de São Paulo), nas quais, segundo o sushiman, foi tramada a morte de Toninho, ocorrida uma semana depois.

Toninho foi assassinado dentro de seu carro na noite de 10 de setembro de 2001, quando saía de um shopping.

"Jack" diz ter presenciado as reuniões escondido embaixo de uma mesa, em um mezanino superior dentro do bingo, durante a madrugada.

Na próxima quarta-feira, os senadores da subcomissão da CPI têm uma reunião agendada com o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça), na qual relatarão o teor do depoimento do sushiman e pedirão que ele seja incluído no programa nacional de proteção a testemunhas.

A versão de "Jack" para a morte de Toninho já é conhecida do ministro da Justiça. Ele foi uma das primeiras pessoas a ouvir o sushiman, em 2002, quando ainda era advogado da família de Toninho no caso do assassinato.

Depois de relatar o caso a Thomaz Bastos, "Jack" manteve a versão em depoimentos, entre 2002 e 20003, dados ao Ministério Público, ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e ao juiz do caso, José Henrique Torres.

Para a Promotoria e a polícia, o depoimento de "Jack" não se sustenta por contradizer outras informações que estão nos autos.

"Existe uma outra testemunha que pode comprovar a reunião, mas ele está com medo de aparecer. Se derem segurança, ele aparece", disse o sushiman.

Entre outro temas abordados na reunião no bingo, "Jack" diz ter ouvido os homens discutirem sobre investimentos em um shopping em Campinas e no Aeroporto Internacional de Viracopos, além da possível privatização da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A.), de Campinas.

Ameaças

O sushiman disse ter passado a receber nesta semana telefonemas em seu celular de um telefone cuja identificação de chamada não aparece no visor do aparelho.

"Já perguntaram se eu estava pedindo para morrer. Uma outra vez me mandaram calar a boca e esquecer o caso Toninho. Em outro telefonema, fui questionado se queria terminar igual ao Toninho", disse à Folha.

Com a fisionomia abatida e fumando um cigarro atrás do outro, "Jack" recebeu a reportagem hoje de manhã, com a condição de que não fosse revelado o local da conversa.

O sushiman também relatou ter sido seguido por um veículo escuro no início desta semana, do local onde trabalhava até a casa de seus pais. Com medo, ele deixou hoje o emprego e a cidade onde vivia com os pais.

"Não sei mais o que faço da vida. Não posso nem usar algum cartão bancário senão me localizam", disse ele.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Toninho do PT
  • Leia o que já foi publicado sobre a CPI dos Bingos
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página