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11/12/2005
-
09h47
CONRADO CORSALETTE
da Folha de S.Paulo
O Diretório Nacional do PT aprovou ontem resolução na qual pede mudanças imediatas no governo. O objetivo do partido é sinalizar, neste momento, um eventual segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "superior" ao atual --as eleições ocorrem no ano que vem.
O documento, que só foi aprovado após uma dura queda de braço entre as tendências internas, diz que o país não pode "ficar prisioneiro da receita de juros altos como único remédio para combater a inflação".
Defende ainda a flexibilização de um dos principais pilares da política do ministro Antonio Palocci (Fazenda), ao pedir a queda das metas de superávit primário --saldo positivo do que país arrecada e do que gasta, antes de pagar os juros.
Logo após a divulgação do documento, Lula já demonstrava preocupação a seus auxiliares sobre a repercussão política.
"Estimamos imprescindível acelerar a execução orçamentária, ampliar os investimentos em infra-estrutura e nas políticas sociais, acelerar a reforma agrária e melhorar o funcionamento do conjunto do governo. O caminho do crescimento permite reduzir a relação dívida/PIB, sem os sacrifícios resultantes das metas de superávit primário, que devem ser reduzidas", afirma o texto, em um dos seus trechos mais polêmicos.
Segundo a resolução petista, "é possível crescer distribuindo renda e riqueza, com inflação e juros compatíveis com uma sociedade livre da ditadura dos interesses financeiros". A legenda ainda descarta a proposta de "déficit zero".
O texto base da resolução foi apresentado pelo presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), em conjunto com correntes da esquerda petista e de parte do Campo Majoritário, que perdeu a hegemonia na direção partidária após as eleições internas de outubro e está rachado. Correntes ligadas à ex-prefeita Marta Suplicy unidas a outra parte do Campo Majoritário, capitaneada pelo líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (SP), conseguiram atenuar outros trechos duros da resolução --trata-se do primeiro texto oficial do Diretório Nacional após sua renovação.
"A centro-esquerda do PT tem maioria e o resultado prático é a crítica à política econômica", disse Jilmar Tatto, ex-secretário na gestão Marta e 3º vice-presidente do partido. "Infelizmente as críticas estão dada vez maiores. Temos de tomar cuidado para que não descambe para a oposição."
A resolução petista também volta a atacar o PSDB e o PFL. Desta vez, também dirigem críticas ao prefeito de São Paulo, José Serra, presidenciável tucano. Ao pedir que as investigações se ampliem para o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, citam "o caixa dois na campanha de Serra, objeto de ação na Justiça Federal de R$ 32 milhões".
Ainda citam "conexões" do crime organizado com as campanhas eleitorais do ex-governador Dante de Oliveira (MT), eleito pelo PSDB, e do senador tucano Antero Paes de Barros (MT).
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PT pede mudança imediata na economia
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da Folha de S.Paulo
O Diretório Nacional do PT aprovou ontem resolução na qual pede mudanças imediatas no governo. O objetivo do partido é sinalizar, neste momento, um eventual segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "superior" ao atual --as eleições ocorrem no ano que vem.
O documento, que só foi aprovado após uma dura queda de braço entre as tendências internas, diz que o país não pode "ficar prisioneiro da receita de juros altos como único remédio para combater a inflação".
Defende ainda a flexibilização de um dos principais pilares da política do ministro Antonio Palocci (Fazenda), ao pedir a queda das metas de superávit primário --saldo positivo do que país arrecada e do que gasta, antes de pagar os juros.
Logo após a divulgação do documento, Lula já demonstrava preocupação a seus auxiliares sobre a repercussão política.
"Estimamos imprescindível acelerar a execução orçamentária, ampliar os investimentos em infra-estrutura e nas políticas sociais, acelerar a reforma agrária e melhorar o funcionamento do conjunto do governo. O caminho do crescimento permite reduzir a relação dívida/PIB, sem os sacrifícios resultantes das metas de superávit primário, que devem ser reduzidas", afirma o texto, em um dos seus trechos mais polêmicos.
Segundo a resolução petista, "é possível crescer distribuindo renda e riqueza, com inflação e juros compatíveis com uma sociedade livre da ditadura dos interesses financeiros". A legenda ainda descarta a proposta de "déficit zero".
O texto base da resolução foi apresentado pelo presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), em conjunto com correntes da esquerda petista e de parte do Campo Majoritário, que perdeu a hegemonia na direção partidária após as eleições internas de outubro e está rachado. Correntes ligadas à ex-prefeita Marta Suplicy unidas a outra parte do Campo Majoritário, capitaneada pelo líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (SP), conseguiram atenuar outros trechos duros da resolução --trata-se do primeiro texto oficial do Diretório Nacional após sua renovação.
"A centro-esquerda do PT tem maioria e o resultado prático é a crítica à política econômica", disse Jilmar Tatto, ex-secretário na gestão Marta e 3º vice-presidente do partido. "Infelizmente as críticas estão dada vez maiores. Temos de tomar cuidado para que não descambe para a oposição."
A resolução petista também volta a atacar o PSDB e o PFL. Desta vez, também dirigem críticas ao prefeito de São Paulo, José Serra, presidenciável tucano. Ao pedir que as investigações se ampliem para o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, citam "o caixa dois na campanha de Serra, objeto de ação na Justiça Federal de R$ 32 milhões".
Ainda citam "conexões" do crime organizado com as campanhas eleitorais do ex-governador Dante de Oliveira (MT), eleito pelo PSDB, e do senador tucano Antero Paes de Barros (MT).
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