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13/12/2005
-
09h54
ADRIANO CEOLIN
da Folha de S.Paulo
O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), afirmou ontem que a mais recente resolução do partido --que defende mudanças na política econômica-- servirá de diretriz para o programa de governo a ser apresentado para a campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no ano que vem.
"Nós abrimos o debate, vamos discutir com o governo e com os aliados. O que está por trás da resolução é o novo programa de governo", disse Berzoini. "É necessário avançar no segundo mandato do presidente Lula. Nosso desafio é acelerar a velocidade do crescimento econômico."
A resolução do PT foi aprovada no último sábado em reunião do Diretório Nacional, em São Paulo. O documento defende a aceleração da liberação de verbas para investimentos em infra-estrutura, a redução gradativa do superávit primário --economia feita pelo governo para pagar juros da dívida-- e a queda da taxa de juros.
A resolução foi aprovada num momento em que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, encontra-se fragilizado pelo fraco desempenho da economia --que registrou queda de 1,2% no terceiro trimestre-- e pelas denúncias de irregularidades em sua gestão na Prefeitura de Ribeirão Preto e na campanha de Lula em 2002.
Berzoini negou ter conversado com Lula sobre a resolução, mas afirmou que ele apóia os fundamentos do documento partidário, apesar de defender a política econômica de Palocci. "O presidente Lula tem total sintonia com a idéia de que, num segundo mandato, é preciso um aprofundamento dos indicadores econômicos e sociais", disse. "O que requisita uma visão crítica sobre o grau de superávit que vamos praticar e o nível de taxas de juros que será realizado no segundo mandato."
Berzoini tentou se antecipar à possível acusação de incongruência entre o que PT vai propor na eleição e o que foi executado durante os quatro anos de governo. "Quando o presidente Lula assumiu, houve necessidade de ampliar o superávit. Estávamos num período de transição. Para muita gente, essa transição já acabou."
Segundo o presidente do PT, "já não há razão para se trabalhar com um juro real de 12%". "O PT tem o direito de criticar e fazer uma interlocução junto ao presidente Lula. Já está na hora de se ampliar os gastos públicos."
A resolução do PT revela que o partido está em busca de um novo discurso para tentar reeleger Lula, cujo governo enfrenta uma queda da popularidade desde o ano passado: a taxa de ótimo/ bom despencou de 45% em dezembro de 2004 para 28% em outubro. As intenções de voto em Lula também mostram uma queda similar.
Berzoini disse ainda que a direção anterior do PT errou ao manter-se completamente fiel às políticas implementadas pelo governo. "Gosto muito do [José] Genoino [ex-presidente do PT], mas eu acho que ele cometeu um erro político ao atrelar o partido ao governo", disse. Procurado, Genoino preferiu não comentar.
O presidente do PT negou ainda que o enfraquecimento do Campo Majoritário tenha influenciado o conteúdo da resolução. "É preciso lembrar que eu assinei a nota e vários outros integrantes do Campo Majoritário apoiaram o texto básico da resolução."
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Leia o que já foi publicado sobre as eleições 2006
Crítica à economia é diretriz para 2006, afirma Berzoini
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O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), afirmou ontem que a mais recente resolução do partido --que defende mudanças na política econômica-- servirá de diretriz para o programa de governo a ser apresentado para a campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no ano que vem.
"Nós abrimos o debate, vamos discutir com o governo e com os aliados. O que está por trás da resolução é o novo programa de governo", disse Berzoini. "É necessário avançar no segundo mandato do presidente Lula. Nosso desafio é acelerar a velocidade do crescimento econômico."
A resolução do PT foi aprovada no último sábado em reunião do Diretório Nacional, em São Paulo. O documento defende a aceleração da liberação de verbas para investimentos em infra-estrutura, a redução gradativa do superávit primário --economia feita pelo governo para pagar juros da dívida-- e a queda da taxa de juros.
A resolução foi aprovada num momento em que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, encontra-se fragilizado pelo fraco desempenho da economia --que registrou queda de 1,2% no terceiro trimestre-- e pelas denúncias de irregularidades em sua gestão na Prefeitura de Ribeirão Preto e na campanha de Lula em 2002.
Berzoini negou ter conversado com Lula sobre a resolução, mas afirmou que ele apóia os fundamentos do documento partidário, apesar de defender a política econômica de Palocci. "O presidente Lula tem total sintonia com a idéia de que, num segundo mandato, é preciso um aprofundamento dos indicadores econômicos e sociais", disse. "O que requisita uma visão crítica sobre o grau de superávit que vamos praticar e o nível de taxas de juros que será realizado no segundo mandato."
Berzoini tentou se antecipar à possível acusação de incongruência entre o que PT vai propor na eleição e o que foi executado durante os quatro anos de governo. "Quando o presidente Lula assumiu, houve necessidade de ampliar o superávit. Estávamos num período de transição. Para muita gente, essa transição já acabou."
Segundo o presidente do PT, "já não há razão para se trabalhar com um juro real de 12%". "O PT tem o direito de criticar e fazer uma interlocução junto ao presidente Lula. Já está na hora de se ampliar os gastos públicos."
A resolução do PT revela que o partido está em busca de um novo discurso para tentar reeleger Lula, cujo governo enfrenta uma queda da popularidade desde o ano passado: a taxa de ótimo/ bom despencou de 45% em dezembro de 2004 para 28% em outubro. As intenções de voto em Lula também mostram uma queda similar.
Berzoini disse ainda que a direção anterior do PT errou ao manter-se completamente fiel às políticas implementadas pelo governo. "Gosto muito do [José] Genoino [ex-presidente do PT], mas eu acho que ele cometeu um erro político ao atrelar o partido ao governo", disse. Procurado, Genoino preferiu não comentar.
O presidente do PT negou ainda que o enfraquecimento do Campo Majoritário tenha influenciado o conteúdo da resolução. "É preciso lembrar que eu assinei a nota e vários outros integrantes do Campo Majoritário apoiaram o texto básico da resolução."
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