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17/12/2005
-
09h59
da Folha de S.Paulo
Cientistas políticos ouvidos pela Folha creditam a liderança de Orestes Quércia (PMDB) na disputa pelo governo de São Paulo menos a características do ex-governador do Estado e mais a problemas internos de PT e PSDB. A liderança apareceu em pesquisa Datafolha divulgada ontem.
Para Bolívar Lamounier, pesquisador do Idesp (Instituto de Estudos Econômicos, Sociais e Políticos de São Paulo), a "fragilidade" dos dois principais partidos do país no cenário paulista se deve, em boa parte, à indefinição dos nomes que de fato disputarão a eleição do ano que vem.
"O PSDB, na verdade, não apresentou candidato ainda. Está experimentando uma meia dúzia de nomes. O PT tem dois nomes relativamente fortes, mas a fidelidade do eleitorado de São Paulo ao PT é uma grande incógnita", diz.
Leôncio Martins Rodrigues, professor titular aposentado da USP e da Unicamp, fala, sempre como hipótese, em desgaste dos dois partidos com a crise, maior no caso do PT. "Posso supor que uma parte dos desiludidos com o PT tenha migrado para o Quércia", afirma. Tal transferência seria possível, ele diz, pelo fato de o ex-governador sempre ter aparecido como um candidato que não era da elite. Daí a possibilidade de transição de um voto em candidato anti-elite (no PT) para um concorrente "não-elite".
Rogério Schmitt, da consultoria Tendências, concorda com as fragilidades de PT e PSDB apontadas por seus dois colegas, mas as qualifica como fatores menos centrais, "reativos", para o comportamento do eleitorado.
Ele diz acreditar que o "fator explicativo" mais importante para a liderança de Quércia --em hipótese-- é a ausência do candidato conservador mais forte e tradicional no Estado, Paulo Maluf (PP). "Ele tem um eleitorado fiel, que agora fica à procura de um herdeiro", afirma Schmitt. Em seguida, afirma que esses eleitores são muito diferentes daqueles que apóiam PT e PSDB, e que portanto esses dois partidos dificilmente os herdariam. "Quércia é mais conservador. Pode ter herdado os tradicionais eleitores de Maluf."
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o ex-governador Orestes Quércia
PT e PSDB "ajudam" Quércia, diz analista
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Cientistas políticos ouvidos pela Folha creditam a liderança de Orestes Quércia (PMDB) na disputa pelo governo de São Paulo menos a características do ex-governador do Estado e mais a problemas internos de PT e PSDB. A liderança apareceu em pesquisa Datafolha divulgada ontem.
Para Bolívar Lamounier, pesquisador do Idesp (Instituto de Estudos Econômicos, Sociais e Políticos de São Paulo), a "fragilidade" dos dois principais partidos do país no cenário paulista se deve, em boa parte, à indefinição dos nomes que de fato disputarão a eleição do ano que vem.
"O PSDB, na verdade, não apresentou candidato ainda. Está experimentando uma meia dúzia de nomes. O PT tem dois nomes relativamente fortes, mas a fidelidade do eleitorado de São Paulo ao PT é uma grande incógnita", diz.
Leôncio Martins Rodrigues, professor titular aposentado da USP e da Unicamp, fala, sempre como hipótese, em desgaste dos dois partidos com a crise, maior no caso do PT. "Posso supor que uma parte dos desiludidos com o PT tenha migrado para o Quércia", afirma. Tal transferência seria possível, ele diz, pelo fato de o ex-governador sempre ter aparecido como um candidato que não era da elite. Daí a possibilidade de transição de um voto em candidato anti-elite (no PT) para um concorrente "não-elite".
Rogério Schmitt, da consultoria Tendências, concorda com as fragilidades de PT e PSDB apontadas por seus dois colegas, mas as qualifica como fatores menos centrais, "reativos", para o comportamento do eleitorado.
Ele diz acreditar que o "fator explicativo" mais importante para a liderança de Quércia --em hipótese-- é a ausência do candidato conservador mais forte e tradicional no Estado, Paulo Maluf (PP). "Ele tem um eleitorado fiel, que agora fica à procura de um herdeiro", afirma Schmitt. Em seguida, afirma que esses eleitores são muito diferentes daqueles que apóiam PT e PSDB, e que portanto esses dois partidos dificilmente os herdariam. "Quércia é mais conservador. Pode ter herdado os tradicionais eleitores de Maluf."
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