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21/12/2005
-
00h25
LUÍS CARLOS DE FREITAS
Colaboração para a Agência Folha
Por 23 votos a 16, a Assembléia Legislativa do Ceará rejeitou, na noite desta terça-feira, o pedido de cassação do mandato do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT), irmão do ex-presidente do PT José Genoino. Todos os 46 membros da Casa votaram --seis votaram nulo, e um, em branco. A votação foi secreta.
O processo contra Guimarães foi iniciado pela denúncia de que ele recebeu R$ 250 mil de uma conta do empresário Marcos Valério de Souza. O dinheiro seria para um suposto caixa dois na campanha de José Airton Cirilo, candidato derrotado do PT ao governo do Ceará em 2002.
Guimarães admitiu que recebeu R$ 250 mil, não oficializados pela Justiça Eleitoral, para serem gastos na campanha de Cirilo. Disse que havia recebido o dinheiro do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, por meio de uma mulher da qual não lembrava o nome nem a fisionomia. O Diretório Nacional do PT negou oficialmente o repasse, o que resultou no pedido de cassação do deputado por quebra de decoro parlamentar.
Guimarães ficou conhecido nacionalmente pelo "escândalo da cueca", quando seu ex-assessor José Adalberto Vieira da Silva foi preso em flagrante no aeroporto de São Paulo, em julho, com R$ 200 mil em uma mala e outros US$ 100 mil em notas na cueca.
O Conselho de Ética da Assembléia recomendou a cassação do mandato de Guimarães após ter ouvido o próprio deputado e testemunhas do caso --entre elas, representantes de empresas que teriam recebido, em 2003, pagamento das contas atrasadas, totalizando cerca de R$ 250 mil.
Em sua defesa, antes da votação, Guimarães disse que foi apenas um interlocutor na entrega do dinheiro. "Não foi para a minha campanha", afirmou, no plenário. O parlamentar petista, que dispensou defesa jurídica por afirmar que não havia provas contra ele, enfatizou sua origem humilde, ressaltando que não teria "capacidade de tirar vantagem em favor de patrimônio próprio".
A próxima estratégia da PSDB, após o recesso, em 15 de fevereiro de 2006, é reabrir o arquivo do processo administrativo contra Guimarães no episódio da cueca.
É a segunda vez, na atual legislatura, que os deputados votam a cassação de um deputado. A primeira foi de Sérgio Benevides (PMDB), em outubro de 2005. Benevides, após ter sido absolvido na primeira votação, teve o mandato cassado na segunda, sob acusação de ter desviado merenda escolar da Prefeitura de Fortaleza.
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Colaboração para a Agência Folha
Por 23 votos a 16, a Assembléia Legislativa do Ceará rejeitou, na noite desta terça-feira, o pedido de cassação do mandato do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT), irmão do ex-presidente do PT José Genoino. Todos os 46 membros da Casa votaram --seis votaram nulo, e um, em branco. A votação foi secreta.
O processo contra Guimarães foi iniciado pela denúncia de que ele recebeu R$ 250 mil de uma conta do empresário Marcos Valério de Souza. O dinheiro seria para um suposto caixa dois na campanha de José Airton Cirilo, candidato derrotado do PT ao governo do Ceará em 2002.
Reprodução |
O deputado estadual José Nobre Guimarães |
Guimarães ficou conhecido nacionalmente pelo "escândalo da cueca", quando seu ex-assessor José Adalberto Vieira da Silva foi preso em flagrante no aeroporto de São Paulo, em julho, com R$ 200 mil em uma mala e outros US$ 100 mil em notas na cueca.
O Conselho de Ética da Assembléia recomendou a cassação do mandato de Guimarães após ter ouvido o próprio deputado e testemunhas do caso --entre elas, representantes de empresas que teriam recebido, em 2003, pagamento das contas atrasadas, totalizando cerca de R$ 250 mil.
Em sua defesa, antes da votação, Guimarães disse que foi apenas um interlocutor na entrega do dinheiro. "Não foi para a minha campanha", afirmou, no plenário. O parlamentar petista, que dispensou defesa jurídica por afirmar que não havia provas contra ele, enfatizou sua origem humilde, ressaltando que não teria "capacidade de tirar vantagem em favor de patrimônio próprio".
A próxima estratégia da PSDB, após o recesso, em 15 de fevereiro de 2006, é reabrir o arquivo do processo administrativo contra Guimarães no episódio da cueca.
É a segunda vez, na atual legislatura, que os deputados votam a cassação de um deputado. A primeira foi de Sérgio Benevides (PMDB), em outubro de 2005. Benevides, após ter sido absolvido na primeira votação, teve o mandato cassado na segunda, sob acusação de ter desviado merenda escolar da Prefeitura de Fortaleza.
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