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21/12/2005 - 10h09

Laudo não conclui causa da morte de legista do caso Celso Daniel

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LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo

Setenta dias após a morte do médico-legista Carlos Delmonte Printes, que foi o responsável pela necropsia do prefeito assassinado Celso Daniel (PT), os peritos do IML (Instituto Médico Legal) não chegaram a nenhuma conclusão sobre a causa mortis.

Em seu relatório final, o IML informou que não foi possível definir se a morte de Printes foi natural ou provocada por um fator externo, como a ingestão de veneno, uma das hipóteses cogitadas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público. Segundo a diretoria do IML, o laudo deveria chegar ao delegado José Antonio Nascimento, do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), no final da tarde de ontem.

Printes foi encontrado morto no escritório dele, em São Paulo, no dia 12 de outubro. Dias antes, havia deixado uma carta esclarecendo aos familiares o tipo de funeral que desejava ter.

À época, o perito estava encarregado de preparar um relatório detalhando a necropsia do prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel, que foi encontrado morto em janeiro de 2002.

Printes provocou polêmica ao contradizer relatório da Polícia Civil e afirmar que o petista havia sido brutalmente torturado antes de ser morto.

O perito era considerado ainda uma das principais testemunhas da Promotoria Criminal de Santo André, que investiga o assassinato de Daniel. Printes morreu antes de ser ouvido na Justiça.

Laudo

No laudo sobre a morte de Printes, o IML informou que o legista apresentava traqueíte aguda (inflamação na traquéia), o que é compatível com o quadro de pneumonia diagnosticado em Printes dias antes de sua morte. Isso, porém, foi considerado insuficiente para provocar sua morte.

Os peritos constataram ainda a presença de um anestésico considerado suave no sangue de Printes, a lidocaína, geralmente encontrada em pastilhas para dor de garganta. A equipe de médicos-legistas afastou essa possibilidade de causa mortis por conta da baixa quantidade da substância no organismo.

A dificuldade em definir o motivo determinante da morte do legista provocou discussões entre membros da equipe do IML e aumentou a apreensão de autoridades envolvidas na investigação.

O promotor de Justiça Maurício Antônio Ribeiro Lopes, que acompanha o caso, afirmou que a demora para a apresentação do relatório final foi injustificada. "Estudo a possibilidade de requisitar um novo laudo em uma outra instituição ou universidade do país", disse.

Entre os peritos, alguns defenderam a tese de morte natural. Durante a necropsia, no entanto, não foi encontrada nenhuma lesão significativa nos órgãos que pudesse justificar a morte. Outros defenderam a tese de laudo inconclusivo.

O relatório do Instituto Médico Legal será anexado ao inquérito criminal presidido pelo delegado Nascimento, que já ouviu parentes e amigos de Printes.

A família do perito informou, por meio de seus advogados, que irá aguardar a apresentação do laudo do IML para se manifestar sobre o caso.

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