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21/12/2005
-
22h06
LUÍS CARLOS DE FREITAS
da Agência Folha, em Fortaleza
O líder da bancada do PSDB na Assembléia Legislativa do Ceará, João Jaime Marinho, atribuiu a uma "traição" de membros de seu partido o resultado da votação que rejeitou, ontem, o pedido de cassação do mandato do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT).
A cassação foi rejeitada por 23 votos a 16, em votação secreta. O PSDB, principal articulador da proposta de cassação, tem 17 deputados na Assembléia.
"Houve traição, sim. Vamos fazer uma avaliação", disse Marinho. Seis deputados anularam seus votos e um votou em branco.
O processo contra Guimarães, irmão do ex-presidente do PT José Genoino, foi iniciado pela denúncia de que ele recebeu R$ 250 mil de uma conta do empresário Marcos Valério de Souza. O dinheiro seria para um suposto caixa dois na campanha de José Airton Cirilo, candidato derrotado do PT ao governo do Ceará em 2002.
Outro lado
Guimarães admitiu que recebeu R$ 250 mil, não informados à Justiça Eleitoral, para serem gastos na campanha de Cirilo. Afirmou que havia recebido o dinheiro do ex-tesoureiro nacional do PT Delúbio Soares. O Diretório Nacional do PT negou oficialmente o repasse, o que resultou no pedido de cassação do deputado por quebra de decoro parlamentar.
O deputado João Jaime Marinho disse que o PSDB nem chegou a se articular para votar pela cassação. "Foi quebra de decoro, crime confessado pelo acusado. Não cabia articulação", disse. Para ele, o PSB, com oito votos, e PMDB, com sete, foram os principais responsáveis pela rejeição da proposta.
Guimarães, em sua defesa, disse que não teria "capacidade de tirar vantagem em favor de patrimônio próprio". O PT cearense entregou à Justiça Eleitoral uma retificação da prestação de contas da campanha de Cirilo, incluindo os R$ 250 recebidos por Guimarães.
Reabertura de caso
A expectativa do PSDB é que, em fevereiro, com o fim do recesso parlamentar, outro processo contra Guimarães --o "escândalo da cueca"-- possa ser reaberto.
José Adalberto Vieira da Silva, ex-assessor do deputado petista, foi preso em flagrante no aeroporto de São Paulo, em julho, com R$ 200 mil em uma mala de viagem e outros US$ 100 mil em notas na cueca. A origem do dinheiro é alvo de investigação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.
João Jaime Marinho afirmou que o PSDB vai aguardar posicionamento da Mesa Diretora da Assembléia, que já solicitou cópias dos inquéritos para identificar uma eventual relação de Guimarães com o dinheiro apreendido.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o deputado estadual José Nobre Guimarães
Para tucano, irmão de Genoino foi absolvido por "traição"
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da Agência Folha, em Fortaleza
O líder da bancada do PSDB na Assembléia Legislativa do Ceará, João Jaime Marinho, atribuiu a uma "traição" de membros de seu partido o resultado da votação que rejeitou, ontem, o pedido de cassação do mandato do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT).
A cassação foi rejeitada por 23 votos a 16, em votação secreta. O PSDB, principal articulador da proposta de cassação, tem 17 deputados na Assembléia.
"Houve traição, sim. Vamos fazer uma avaliação", disse Marinho. Seis deputados anularam seus votos e um votou em branco.
O processo contra Guimarães, irmão do ex-presidente do PT José Genoino, foi iniciado pela denúncia de que ele recebeu R$ 250 mil de uma conta do empresário Marcos Valério de Souza. O dinheiro seria para um suposto caixa dois na campanha de José Airton Cirilo, candidato derrotado do PT ao governo do Ceará em 2002.
Outro lado
Guimarães admitiu que recebeu R$ 250 mil, não informados à Justiça Eleitoral, para serem gastos na campanha de Cirilo. Afirmou que havia recebido o dinheiro do ex-tesoureiro nacional do PT Delúbio Soares. O Diretório Nacional do PT negou oficialmente o repasse, o que resultou no pedido de cassação do deputado por quebra de decoro parlamentar.
O deputado João Jaime Marinho disse que o PSDB nem chegou a se articular para votar pela cassação. "Foi quebra de decoro, crime confessado pelo acusado. Não cabia articulação", disse. Para ele, o PSB, com oito votos, e PMDB, com sete, foram os principais responsáveis pela rejeição da proposta.
Guimarães, em sua defesa, disse que não teria "capacidade de tirar vantagem em favor de patrimônio próprio". O PT cearense entregou à Justiça Eleitoral uma retificação da prestação de contas da campanha de Cirilo, incluindo os R$ 250 recebidos por Guimarães.
Reabertura de caso
A expectativa do PSDB é que, em fevereiro, com o fim do recesso parlamentar, outro processo contra Guimarães --o "escândalo da cueca"-- possa ser reaberto.
José Adalberto Vieira da Silva, ex-assessor do deputado petista, foi preso em flagrante no aeroporto de São Paulo, em julho, com R$ 200 mil em uma mala de viagem e outros US$ 100 mil em notas na cueca. A origem do dinheiro é alvo de investigação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.
João Jaime Marinho afirmou que o PSDB vai aguardar posicionamento da Mesa Diretora da Assembléia, que já solicitou cópias dos inquéritos para identificar uma eventual relação de Guimarães com o dinheiro apreendido.
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