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22/12/2005
-
10h04
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo
A investigação da Polícia Civil sobre a morte do perito-criminal Carlos Delmonte Printes, que foi o primeiro a indicar sinais de tortura no corpo do prefeito assassinado Celso Daniel (PT), aponta para a hipótese de suicídio e descarta a possibilidade de morte natural ou homicídio.
O delegado José Antonio do Nascimento, do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), descarta também qualquer vínculo entre as mortes de Daniel e do legista.
O laudo do IML (Instituto Médico Legal), que demorou 70 dias para ficar pronto, é inconclusivo. Diz que Printes sofreu uma asfixia mecânica causada por excesso de secreção mucosa no canal respiratório, mas não conseguiu determinar a substância que teria provocado esse quadro.
Antes de morrer, Printes estava com a saúde debilitada por conta de uma broncopneumonia, o que explica a presença da mucosa.
"Esse tipo de morte [asfixia mecânica] seria natural se a vítima tivesse 90 anos ou se fosse um recém-nascido, quando os mecanismos de autodefesa são mais frágeis. O legista tinha 55 anos. Não dá para falar em morte natural", disse Nascimento.
O laudo do IML, produzido por 12 médicos, entre legistas, patologistas, toxicologistas e técnicos de laboratório, identificou a presença de três substâncias no corpo de Printes: lidocaína (anestésico local), Dormonid (sonífero) e propalonol (para doenças cardíacas).
Os legistas do IML disseram que essas três substâncias juntas, no entanto, não poderiam ter ocasionado a asfixia --elas foram encontradas em baixa quantidade.
"Por meio do laudo e da investigação em curso, podemos descartar a possibilidade de assassinato. A hipótese de suicídio é a mais provável", afirmou Nascimento.
A conclusão de que Printes teria ingerido alguma substância letal metabolizada pelo organismo, a ponto de inviabilizar a perícia, afirmou Nascimento, é uma "dedução lógica", já que a investigação não aponta outras hipóteses.
O inquérito final sobre a morte do legista deverá ser concluído em janeiro. Na segunda-feira, o delegado irá se reunir com peritos do IML e representantes do Ministério Público para discutir o laudo e dirimir eventuais dúvidas.
Celso Daniel
Após analisar o corpo do prefeito de Santo André, Printes criou polêmica ao dizer que o petista foi brutalmente torturado antes de ser morto, em janeiro de 2002. A explicação do perito era contraditória com a tese de crime comum, defendida pela Polícia Civil.
Segundo Printes, ele havia sido censurado pelo comando da Polícia Civil após ter defendido a tese de tortura --a polícia nega.
O perito era uma das testemunhas do Ministério Público no processo por homicídio movido contra Sérgio Gomes da Silva e outras sete pessoas acusadas pelo assassinato do prefeito. Ele morreu antes de ser ouvido na Justiça. Seis pessoas que tiveram algum tipo de vínculo com o crime foram assassinadas.
Especial
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Polícia Civil descarta homicídio de legista
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da Folha de S.Paulo
A investigação da Polícia Civil sobre a morte do perito-criminal Carlos Delmonte Printes, que foi o primeiro a indicar sinais de tortura no corpo do prefeito assassinado Celso Daniel (PT), aponta para a hipótese de suicídio e descarta a possibilidade de morte natural ou homicídio.
O delegado José Antonio do Nascimento, do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), descarta também qualquer vínculo entre as mortes de Daniel e do legista.
O laudo do IML (Instituto Médico Legal), que demorou 70 dias para ficar pronto, é inconclusivo. Diz que Printes sofreu uma asfixia mecânica causada por excesso de secreção mucosa no canal respiratório, mas não conseguiu determinar a substância que teria provocado esse quadro.
Antes de morrer, Printes estava com a saúde debilitada por conta de uma broncopneumonia, o que explica a presença da mucosa.
"Esse tipo de morte [asfixia mecânica] seria natural se a vítima tivesse 90 anos ou se fosse um recém-nascido, quando os mecanismos de autodefesa são mais frágeis. O legista tinha 55 anos. Não dá para falar em morte natural", disse Nascimento.
O laudo do IML, produzido por 12 médicos, entre legistas, patologistas, toxicologistas e técnicos de laboratório, identificou a presença de três substâncias no corpo de Printes: lidocaína (anestésico local), Dormonid (sonífero) e propalonol (para doenças cardíacas).
Os legistas do IML disseram que essas três substâncias juntas, no entanto, não poderiam ter ocasionado a asfixia --elas foram encontradas em baixa quantidade.
"Por meio do laudo e da investigação em curso, podemos descartar a possibilidade de assassinato. A hipótese de suicídio é a mais provável", afirmou Nascimento.
A conclusão de que Printes teria ingerido alguma substância letal metabolizada pelo organismo, a ponto de inviabilizar a perícia, afirmou Nascimento, é uma "dedução lógica", já que a investigação não aponta outras hipóteses.
O inquérito final sobre a morte do legista deverá ser concluído em janeiro. Na segunda-feira, o delegado irá se reunir com peritos do IML e representantes do Ministério Público para discutir o laudo e dirimir eventuais dúvidas.
Celso Daniel
Após analisar o corpo do prefeito de Santo André, Printes criou polêmica ao dizer que o petista foi brutalmente torturado antes de ser morto, em janeiro de 2002. A explicação do perito era contraditória com a tese de crime comum, defendida pela Polícia Civil.
Segundo Printes, ele havia sido censurado pelo comando da Polícia Civil após ter defendido a tese de tortura --a polícia nega.
O perito era uma das testemunhas do Ministério Público no processo por homicídio movido contra Sérgio Gomes da Silva e outras sete pessoas acusadas pelo assassinato do prefeito. Ele morreu antes de ser ouvido na Justiça. Seis pessoas que tiveram algum tipo de vínculo com o crime foram assassinadas.
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