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28/12/2005 - 20h15

Acusado de envolvimento na morte de missionária volta a presídio de segurança máxima

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DANIELE SIQUEIRA
da Agência Folha

Amair Feijoli da Cunha, o Tato, acusado de atuar como intermediário no assassinato da missionária Dorothy Stang, voltou nesta quarta-feira para o presídio de segurança máxima PEM (Presídio Estadual Metropolitano) 3, em Santa Isabel do Pará, região metropolitana de Belém.

Na quinta-feira da semana passada, Tato havia sido transferido para o PEM 1, um presídio comum no município vizinho de Marituba. O retorno à unidade de segurança máxima foi determinado pela Superintendência do Sistema Penal do Estado depois que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) enviou ao presidente do Tribunal de Justiça do Pará e à Secretaria Especial de Defesa Social um ofício em que dizia temer pela "integridade física" do acusado.

O ofício solicitava a revisão da transferência de Tato e o seu retorno à unidade de segurança máxima, já que o presídio comum não teria estrutura para garantir a vida do acusado. Para Ophir Cavalcante Jr., presidente da OAB no Pará, Tato é o "principal elo de ligação" entre os executores e os mandantes do assassinato e "uma peça chave para o esclarecimento do crime".

Segundo José Alyrio Sabbá, superintendente do Sistema Penal do Estado, Tato foi transferido para o PEM 1 na semana passada por recomendação judicial, pois estaria tendo problemas de convivência com os companheiros de cela Rayfran das Neves Sales (Fogoió) e Clodoaldo Carlos Batista (Eduardo). Fogoió e Eduardo foram condenados no início do mês a 27 e a 17 anos de prisão, respectivamente, pela acusação de terem atuado como pistoleiros na morte da freira.

De acordo com Sabbá, criou-se uma "animosidade" entre Tato e os dois companheiros de cela depois da condenação de Fogoió e Eduardo pelo Tribunal do Júri, em 10 de dezembro. O superintendente, porém, não confirma que Tato tenha recebido ameaças de morte, que classifica como "boatos". Os advogados de Tato não foram localizados pela Folha.

Com o apelo da OAB, Sabbá determinou o retorno de Tato à unidade de segurança máxima. Ele voltou para a mesma ala de Fogoió e Eduardo, mas está sozinho em uma cela. Os supostos mandantes do assassinato de Dorothy Stang, os fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura (Bida) e Regivaldo Galvão (Taradão), estão presos em celas separadas no Centro de Recuperação do Coqueiro, a 23 km do centro de Belém.

O julgamento de Tato e dos dois fazendeiros ainda não tem data marcada. Tato é acusado de ter servido de intermediário entre os supostos mandantes e os condenados pela execução da freira, Fogoió e Eduardo.

A missionária Dorothy Stang, que nasceu nos Estados Unidos e se naturalizou brasileira, tinha 73 anos e foi assassinada em 12 de fevereiro, com seis tiros, quando se dirigia a uma reunião com agricultores na zona rural de Anapu (oeste do Pará). O crime foi motivado por disputas de terra na região, segundo a acusação.

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