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11/01/2006 - 22h00

Polícia Federal ouve em Belo Horizonte suspeitos de montar caixa dois tucano

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da Agência Folha, em Belo Horizonte

A Polícia Federal começou a ouvir hoje, em Belo Horizonte, depoimentos de suspeitos de participação na montagem do caixa dois da campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas em 1998, quando ele disputava a reeleição e perdeu para Itamar Franco (PMDB).

Foram ouvidos hoje o ex-diretor financeiro e comercial da Copasa (estatal de água e saneamento) Fernando Soares, o coordenador-geral da campanha e ex-presidente da Cemig (estatal de energia), Carlos Eloy, e o ex-secretário-adjunto de Comunicação do governo Azeredo (1995-1998), Eduardo Guedes Neto.

A PF investiga se o caixa dois tucano foi abastecido com dinheiro público. O trabalho aproveita as apurações feitas em ação civil pública por improbidade administrativa movida em 2003 contra três empresas e oito pessoas, entre elas Azeredo e o atual vice-governador mineiro e então candidato a vice na chapa tucana de 1998, Clésio Andrade (PL).

As estatais Comig (atual Codemig) e Copasa, segundo a ação conjunta do Ministério Público Federal e Estadual, repassaram R$ 3 milhões para a campanha tucana como se fosse patrocínio do evento motociclístico Enduro da Independência.

A exclusividade na organização do evento era da agência SMPB, que tinha Marcos Valério de Souza como sócio. Valério e seus dois ex-sócios na SMPB também são réus na ação, ao lado de Guedes Neto e dos ex-presidentes de Copasa e Comig.

O ex-diretor da Copasa Fernando Soares, que ocupou o cargo de 1995 a 1999, não falou com a imprensa. Segundo o delegado Praxíteles Praxedes, seu depoimento foi "pouco esclarecedor". Soares afirmou que apenas atendeu a uma determinação de liberação de recursos para o evento, vinda da Secretaria de Comunicação.

O ex-coordenador da campanha de Azeredo, Carlos Eloy, que presidiu a Cemig de 1991 a 1998, afirmou que "nunca teve conhecimento" de caixa dois. "Eu só cuidava da parte política", disse.

Sem conclusões sobre desvio público

O delegado Praxedes disse que as apurações estão no início e não é possível confirmar desvio de dinheiro para a campanha. "Não podemos tirar conclusões. Existem depoimentos que são controversos e não coincidem."

O advogado Vinicio Kalid, irmão do consultor financeiro Jader Kalid, também seria ouvido hoje, mas não foi intimado em tempo. Jader Kalid teria repassado dinheiro do caixa dois do PT para contas de Duda Mendonça no exterior.

Para amanhã, estão previstos os depoimentos dos dois tesoureiros da campanha de Azeredo em 1998, Cláudio Mourão e Denise Landim. A PF também deve ouvir o ex-presidente da Copasa Ruy Vianna Lage e Vera Veloso, cuja intimação não foi explicada hoje pela PF.

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