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17/01/2006 - 17h25

Série "mensalão" alavanca vendas de máscaras de Carnaval no Rio

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio de Janeiro

O espanhol Armando Valles, dono da fábrica Condal, que abastece as lojas de fantasias do Rio de Janeiro, lançou uma série completa de máscaras de personagens políticos envolvidos direta ou indiretamente no escândalo do "mensalão" e que inclui nomes como os de Luiz Gushiken (da assessoria estratégica do governo), Roberto Jefferson (deputado cassado), José Dirceu (ex-ministro e deputado cassado), José Genoino (ex-presidente do PT) e o do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, operador do esquema de caixa 2 e pivô da crise política.

A aposta em cima do noticiário político surtiu efeito. Há mais de um mês para o começo do Carnaval, as máscaras já se tornaram um sucesso. "Tive que recusar um pedido de 70 mil máscaras por não ter condições de fazer a tempo", disse ele.

A fabricação é feita de forma semi-artesanal. A pintura das máscaras é feita com pistola, após a fabricação dos diversos tipos de moldes. A expectativa é de que as vendas deste ano sejam maiores em razão do lançamento da nova série.

Até o Carnaval, o empresário prevê que 100 mil máscaras de políticos tenham sido vendidas para as principais cadeias varejistas do país. Segundo Valles, personagens políticos sempre foram vedetes do Carnaval carioca, mas nunca o folião teve tantas possibilidades de escolha. "As máscaras de presidentes sempre fizeram sucesso, mas nunca tivemos um leque tão grande de opções", afirmou.

Preferência

Do time de políticos do "mensalão", Roberto Jefferson lidera o ranking de máscaras mais vendidas nas versões com e sem olho roxo, lançadas inicialmente em setembro. O presidente Lula, que já chegou a ser retratado de cabelo preto e ar carrancudo na fase de sindicalista, aparece em nova versão de cabelos grisalhos e sorriso no rosto.

Outra forte concorrente no gosto dos foliões é a máscara do ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE).

Correndo por fora no ranking de políticos, Valles conclui o molde da máscara do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Ele aposta que a figura de JK vai cair no gosto popular depois que a minissérie global colocou o "presidente bossa nova" na moda.

Valles, 80, acompanha a vida política brasileira desde 1954, ano em que chegou ao país e foi marcado pelo suicídio do então presidente Getúlio Vargas. Com o fim do regime militar, passou a fabricar máscaras de políticos. Entre os principais sucessos, ele destaca as máscaras do presidente Tancredo Neves e dos fiscais do Sarney.

Além do apelo junto ao público, os políticos costumam ser as figuras mais retratadas porque não têm direitos de imagem, segundo Valles. "Uma pessoa que não é figura pública pode pedir indenização", disse.

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