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19/01/2006
-
15h39
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
Um discurso do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), no plenário da Casa sobre a CPI dos Bingos, gerou uma discussão ríspida entre ele e o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). No cerne da discussão, no entanto, estava o nome do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato pelo partido à presidência.
Mercadante leu a carta que recebeu sobre a manutenção dos caça-níqueis. No documento, assinado pelo deputado estadual Romeu Tuma, integrante da comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa de São Paulo, há críticas ao veto de Alckmin ao projeto que proibia a utilização das máquinas.
"Ao dizer não ao projeto, Alckmin volta a dar carta branca aos empresários de jogo, os contraventores, tradicionais financiadores de campanhas eleitorais", diz a carta. "Alckmin prova que não tem compromisso com o combate à corrupção, à degradação familiar e à violência doméstica", acrescenta o documento.
As críticas irritaram o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), que estava no gabinete e se dirigiu às pressas ao plenário para responder às críticas. De acordo com o tucano, a lei era inconstitucional e por isso foi vetada.
"Eu não pude deixar de vir e demonstrar minha perplexidade diante da insinuação que Vossa Excelência quis fazer aqui, principalmente sendo representante de um partido que tinha no alto comando no Planalto um cidadão chamado Waldomiro [Diniz, acusado de pedir propina da GTech]", afirmou o tucano. "Lamento a leviandade e a insinuação maldosa que Vossa Excelência quis fazer aqui", completou.
Mercadante reafirmou as críticas da carta, mas disse que não faria adjetivação sobre o caso. Afirmou apenas que esse debate deveria ser levado à CPI dos Bingos. ACM, logo depois de concluso o discurso de Mercadante, subiu à tribuna com críticas e acusações de que os petistas teriam matado o ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, e o de Campinas, Toninho do PT.
"O que está aborrecendo o senador Mercadante é que a CPI dos Bingos está realmente desmascarando todos os atos lesivos ao país, acobertados pelo PT, até mesmo os crimes praticados pelos petistas, como está muito claro o assassinato do Celso Daniel e do Toninho de Campinas", disse.
ACM disse que a CPI ouvirá o depoimento do legista do caso Celso Daniel, mas fez acusações sobre o assassinato do outro legista do caso, Carlos Delmonte Printes, que defendia a tese de que Celso Daniel foi torturado e depois morto. Delmonte foi encontrado morto e a suspeita é que teria se suicidado. "Vamos trazer o legista [Paulo Vasques para depor]. Um [legista] vocês já conseguiram matar", afirmou.
Mercadante interrompeu. "Quem matou? Você está mencionando o meu envolvimento em alguma questão?", perguntou o petista a ACM. O senador baiano continuou as críticas enquanto Mercadante gritava fora do microfone em resposta ao que considerou insinuações. "Vocês estão encobrindo crime sim. Não querem que apure", disse ACM.
O líder do governo pediu a palavra para negar uma tentativa de obstruir as investigações. "Nada me machucou mais do que vê-lo deitado na lama, assassinado como foi. Como o senhor pode fazer uma acusação dessa me conhecendo há tantos anos?", afirmou. "Eu não estou dizendo que o senhor matou, não, seus correligionários mataram", disse ACM. "Então diga os nomes que eu quero saber para tomar providência", retrucou o governista.
Depois do bate-boca, ACM disse que as críticas não eram pessoais ou direcionadas a Mercadante. O senador petista, por sua vez, disse que o fato de divergirem politicamente não é motivo para ataques e acusações.
Especial
Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
ACM e Mercadante batem boca por conta de críticas a Alckmin
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da Folha Online, em Brasília
Um discurso do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), no plenário da Casa sobre a CPI dos Bingos, gerou uma discussão ríspida entre ele e o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). No cerne da discussão, no entanto, estava o nome do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato pelo partido à presidência.
Mercadante leu a carta que recebeu sobre a manutenção dos caça-níqueis. No documento, assinado pelo deputado estadual Romeu Tuma, integrante da comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa de São Paulo, há críticas ao veto de Alckmin ao projeto que proibia a utilização das máquinas.
"Ao dizer não ao projeto, Alckmin volta a dar carta branca aos empresários de jogo, os contraventores, tradicionais financiadores de campanhas eleitorais", diz a carta. "Alckmin prova que não tem compromisso com o combate à corrupção, à degradação familiar e à violência doméstica", acrescenta o documento.
As críticas irritaram o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), que estava no gabinete e se dirigiu às pressas ao plenário para responder às críticas. De acordo com o tucano, a lei era inconstitucional e por isso foi vetada.
"Eu não pude deixar de vir e demonstrar minha perplexidade diante da insinuação que Vossa Excelência quis fazer aqui, principalmente sendo representante de um partido que tinha no alto comando no Planalto um cidadão chamado Waldomiro [Diniz, acusado de pedir propina da GTech]", afirmou o tucano. "Lamento a leviandade e a insinuação maldosa que Vossa Excelência quis fazer aqui", completou.
Mercadante reafirmou as críticas da carta, mas disse que não faria adjetivação sobre o caso. Afirmou apenas que esse debate deveria ser levado à CPI dos Bingos. ACM, logo depois de concluso o discurso de Mercadante, subiu à tribuna com críticas e acusações de que os petistas teriam matado o ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, e o de Campinas, Toninho do PT.
"O que está aborrecendo o senador Mercadante é que a CPI dos Bingos está realmente desmascarando todos os atos lesivos ao país, acobertados pelo PT, até mesmo os crimes praticados pelos petistas, como está muito claro o assassinato do Celso Daniel e do Toninho de Campinas", disse.
ACM disse que a CPI ouvirá o depoimento do legista do caso Celso Daniel, mas fez acusações sobre o assassinato do outro legista do caso, Carlos Delmonte Printes, que defendia a tese de que Celso Daniel foi torturado e depois morto. Delmonte foi encontrado morto e a suspeita é que teria se suicidado. "Vamos trazer o legista [Paulo Vasques para depor]. Um [legista] vocês já conseguiram matar", afirmou.
Mercadante interrompeu. "Quem matou? Você está mencionando o meu envolvimento em alguma questão?", perguntou o petista a ACM. O senador baiano continuou as críticas enquanto Mercadante gritava fora do microfone em resposta ao que considerou insinuações. "Vocês estão encobrindo crime sim. Não querem que apure", disse ACM.
O líder do governo pediu a palavra para negar uma tentativa de obstruir as investigações. "Nada me machucou mais do que vê-lo deitado na lama, assassinado como foi. Como o senhor pode fazer uma acusação dessa me conhecendo há tantos anos?", afirmou. "Eu não estou dizendo que o senhor matou, não, seus correligionários mataram", disse ACM. "Então diga os nomes que eu quero saber para tomar providência", retrucou o governista.
Depois do bate-boca, ACM disse que as críticas não eram pessoais ou direcionadas a Mercadante. O senador petista, por sua vez, disse que o fato de divergirem politicamente não é motivo para ataques e acusações.
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