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21/01/2006
-
09h01
CONRADO CORSALETTE
FERNANDA KRAKOVICS
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em jantar anteontem com a bancada do PMDB no Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o partido só deveria lançar candidato à sua sucessão se ele for "viável". Do contrário, afirmou, deveria indicar um nome para vice em sua chapa.
O vice atual de Lula é José Alencar (PRB). O presidente gostaria que Nelson Jobim, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) que deseja deixar o cargo e que pretende se filiar ao PMDB, seja seu vice.
Segundo a Folha apurou, essa oferta ocorreu ao final do jantar, numa roda de conversa que reuniu o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o ex-presidente da República e senador José Sarney (AP) e o líder do PMDB da bancada, Ney Suassuna (PB).
Apesar do desejo de Lula, a ala governista da sigla acha difícil uma aliança formal. Renan, Sarney e Suassuna pediram que o presidente ajude-os a derrubar a verticalização (regra que induz os partidos a repetir nos Estados a aliança nacional).
Dizendo-se "preparado para debater com qualquer um" na campanha presidencial, Lula prometeu se empenhar no Congresso para "explodir" a verticalização.
Segundo os peemedebistas, a queda da verticalização ajudaria o petista a fechar alianças com setores do PMDB em alguns Estados.
O fim da verticalização depende de projeto a ser votado no Congresso. Avaliou-se que há dificuldade para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) derrubar a medida em nova interpretação da lei.
No encontro, Lula comparou números de sua gestão com a do ex-presidente Fernando Henrique (1995-2002), mas disse que só anunciará seu futuro político em junho. O Planalto pretende agendar reuniões com todos os partidos da base aliada. Lula disse que seu governo está "falhando na comunicação" com a base, com a população e até entre ministérios.
Lula confidenciou no jantar, realizado no apartamento de Suassuna, que está reunindo mais dados para avaliar a melhor maneira de se comparar aos tucanos. Reconheceu que os pré-candidatos do PSDB --o governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra-- "são fortes", mas mostrou confiança ao dizer que "dá para vencer" porque "o jogo ainda não foi jogado".
Bem-humorado, disse que PT e aliados devem partir para o "enfrentamento". Citou como positiva a atitude do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que anteontem bateu boca com o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) devido a acusações de envolvimento do PT na morte do prefeito Celso Daniel. "Precisamos de gladiadores", disse Lula, segundo senadores.
No jantar, estiveram os ministros petistas Jaques Wagner (Relações Institucionais) e Dilma Rousseff (Casa Civil) e os peemedebistas Silas Rondeau (Minas e Energia) e Saraiva Felipe (Saúde).
Dilma fez apresentação em telão de números do governo. "Fui ingênuo quando achei que os governos estaduais iriam dar crédito [ao governo federal]", disse Lula, segundo um dos presentes.
Jegue
O presidente rebateu críticas dizendo que, quando assumiu, não tinha recursos nem para comprar comida para militares. O último avião, afirmou, fora comprado pelo presidente Castello Branco [1964-1967]. "Aí comprei aviões e fui criticado. Será que queriam que o presidente da República e os militares andassem de jegue?", questionou, segundo o relato de senadores.
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Leia o que já foi publicado sobre o PMDB
Lula oferece a peemedebistas a vaga de vice em sua chapa
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FERNANDA KRAKOVICS
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em jantar anteontem com a bancada do PMDB no Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o partido só deveria lançar candidato à sua sucessão se ele for "viável". Do contrário, afirmou, deveria indicar um nome para vice em sua chapa.
O vice atual de Lula é José Alencar (PRB). O presidente gostaria que Nelson Jobim, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) que deseja deixar o cargo e que pretende se filiar ao PMDB, seja seu vice.
Segundo a Folha apurou, essa oferta ocorreu ao final do jantar, numa roda de conversa que reuniu o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o ex-presidente da República e senador José Sarney (AP) e o líder do PMDB da bancada, Ney Suassuna (PB).
Apesar do desejo de Lula, a ala governista da sigla acha difícil uma aliança formal. Renan, Sarney e Suassuna pediram que o presidente ajude-os a derrubar a verticalização (regra que induz os partidos a repetir nos Estados a aliança nacional).
Dizendo-se "preparado para debater com qualquer um" na campanha presidencial, Lula prometeu se empenhar no Congresso para "explodir" a verticalização.
Segundo os peemedebistas, a queda da verticalização ajudaria o petista a fechar alianças com setores do PMDB em alguns Estados.
O fim da verticalização depende de projeto a ser votado no Congresso. Avaliou-se que há dificuldade para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) derrubar a medida em nova interpretação da lei.
No encontro, Lula comparou números de sua gestão com a do ex-presidente Fernando Henrique (1995-2002), mas disse que só anunciará seu futuro político em junho. O Planalto pretende agendar reuniões com todos os partidos da base aliada. Lula disse que seu governo está "falhando na comunicação" com a base, com a população e até entre ministérios.
Lula confidenciou no jantar, realizado no apartamento de Suassuna, que está reunindo mais dados para avaliar a melhor maneira de se comparar aos tucanos. Reconheceu que os pré-candidatos do PSDB --o governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra-- "são fortes", mas mostrou confiança ao dizer que "dá para vencer" porque "o jogo ainda não foi jogado".
Bem-humorado, disse que PT e aliados devem partir para o "enfrentamento". Citou como positiva a atitude do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que anteontem bateu boca com o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) devido a acusações de envolvimento do PT na morte do prefeito Celso Daniel. "Precisamos de gladiadores", disse Lula, segundo senadores.
No jantar, estiveram os ministros petistas Jaques Wagner (Relações Institucionais) e Dilma Rousseff (Casa Civil) e os peemedebistas Silas Rondeau (Minas e Energia) e Saraiva Felipe (Saúde).
Dilma fez apresentação em telão de números do governo. "Fui ingênuo quando achei que os governos estaduais iriam dar crédito [ao governo federal]", disse Lula, segundo um dos presentes.
Jegue
O presidente rebateu críticas dizendo que, quando assumiu, não tinha recursos nem para comprar comida para militares. O último avião, afirmou, fora comprado pelo presidente Castello Branco [1964-1967]. "Aí comprei aviões e fui criticado. Será que queriam que o presidente da República e os militares andassem de jegue?", questionou, segundo o relato de senadores.
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