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21/01/2006
-
09h54
CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo
Cliente de Hélio Silveira desde 1998, o PT de São Paulo se eximiu ontem de responsabilidade pela contratação do advogado para acompanhamento do motorista Éder Eustáquio Soares Machado à CPI dos Bingos. Silveira orientou o motorista, que teria transportado dólares supostamente enviados por Cuba para a campanha do PT em 2002, e assistiu ao depoimento. Para assistência direta a Eustáquio, indicou a advogada Stela Cristina Nakazato.
"O diretório não tem controle sobre o advogado. Não tem dedo da Executiva nisso. Pode ter de petistas? Sim. O Hélio tem relacionamento pessoal com Ademirson", explicou o secretário-geral do PT-SP, João Antônio, referindo-se a Ademirson Ariovaldo da Silva, assessor do ministro Antonio Palocci (Fazenda).
Helinho, como é chamado pelos petistas, advoga para Ademirson "há muito tempo". Procurada pela Folha, Nakazato chegou a admitir a indicação de Ademirson.
Silveira não quis confirmar. "Não necessariamente houve uma indicação do Ademirson. É uma questão pessoal, profissional. Não há interesse jurídico em divulgar quem me indicou."
Ele afirmou não ter assumido diretamente o caso por acreditar que seria "melhor para Eustáquio que tivesse outro advogado". "Já estive naquela bancada [da CPI]. É muito desagradável", afirmou ele, dizendo-se prestes a "se arrepender" da decisão de atender ao motorista.
Ele contou ter conversado pessoalmente com o cliente apenas na véspera do depoimento, no hotel. A hospedagem teria sido paga por Silveira porque ele mesmo fizera a reserva.
Silveira tem um contrato com o PT-SP, respondendo pela prestação de contas e propaganda eleitoral do partido desde 1998, quando Palocci era o presidente do partido em São Paulo. Ele não quis dizer se receberá pelo serviço. Nem de quem.
Nakazato contou ter sido procurada por Silveira porque ele não "considerava conveniente" acompanhar o motorista, porque "tinha um impedimento".
"Foi uma gentileza com meu colega deixar meu escritório por dois dias e ir para Brasília. Mas eu sou paga para isso", afirmou.
Especial
Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
PT nega ter ajudado motorista do "caso Cuba" a conseguir advogado
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da Folha de S.Paulo
Cliente de Hélio Silveira desde 1998, o PT de São Paulo se eximiu ontem de responsabilidade pela contratação do advogado para acompanhamento do motorista Éder Eustáquio Soares Machado à CPI dos Bingos. Silveira orientou o motorista, que teria transportado dólares supostamente enviados por Cuba para a campanha do PT em 2002, e assistiu ao depoimento. Para assistência direta a Eustáquio, indicou a advogada Stela Cristina Nakazato.
"O diretório não tem controle sobre o advogado. Não tem dedo da Executiva nisso. Pode ter de petistas? Sim. O Hélio tem relacionamento pessoal com Ademirson", explicou o secretário-geral do PT-SP, João Antônio, referindo-se a Ademirson Ariovaldo da Silva, assessor do ministro Antonio Palocci (Fazenda).
Helinho, como é chamado pelos petistas, advoga para Ademirson "há muito tempo". Procurada pela Folha, Nakazato chegou a admitir a indicação de Ademirson.
Silveira não quis confirmar. "Não necessariamente houve uma indicação do Ademirson. É uma questão pessoal, profissional. Não há interesse jurídico em divulgar quem me indicou."
Ele afirmou não ter assumido diretamente o caso por acreditar que seria "melhor para Eustáquio que tivesse outro advogado". "Já estive naquela bancada [da CPI]. É muito desagradável", afirmou ele, dizendo-se prestes a "se arrepender" da decisão de atender ao motorista.
Ele contou ter conversado pessoalmente com o cliente apenas na véspera do depoimento, no hotel. A hospedagem teria sido paga por Silveira porque ele mesmo fizera a reserva.
Silveira tem um contrato com o PT-SP, respondendo pela prestação de contas e propaganda eleitoral do partido desde 1998, quando Palocci era o presidente do partido em São Paulo. Ele não quis dizer se receberá pelo serviço. Nem de quem.
Nakazato contou ter sido procurada por Silveira porque ele não "considerava conveniente" acompanhar o motorista, porque "tinha um impedimento".
"Foi uma gentileza com meu colega deixar meu escritório por dois dias e ir para Brasília. Mas eu sou paga para isso", afirmou.
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