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23/01/2006 - 18h52

Militarização da América do Sul será tema de debates no Fórum Social Mundial

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da Folha Online

O 6º Fórum Social Mundial se prepara para colocar em debate questões como a guerra, o imperialismo e a militarização no mundo. Diante da presença de bases militares norte-americanas instaladas em quase todos os países sul-americanos, líderes da região retomam o debate sobre a necessidade de fortalecer a articulação entre suas forças armadas. Essa presença também se revela em situações como a recente notícia de que os EUA interferiram para impedir a venda de aeronaves brasileiras para a Venezuela.

Na semana passada, em reunião realizada em Brasília, os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da Venezuela, Hugo Chávez, e da Argentina, Néstor Kirchner, discutiram a possível criação de uma organização multilateral na área da defesa que, na visão de Chávez, poderia ser semelhante a que mantém os países europeus, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Entre os organizadores do Fórum, são diversas as idéias sobre a postura que deveria tomar a sociedade civil em relação ao tema. Para o cientista social venezuelano Edgardo Lander, só a longo prazo os países da região poderão deixar de atentar para a necessidade de defesa contra o assédio norte-americano.

"A defesa da luta dos povos muitas vezes tem representado a necessidade de ter capacidade militar", disse. "Hoje, a existência da capacidade de resposta inevitavelmente forma parte da possibilidade mesma de resistir às políticas imperiais", acrescentou.

Na América do Sul, lembra Lander, a defesa da Amazônia é um caso típico. "Se à Amazônia se deixa sem proteção nem vigilância, não serão só os garimpeiros e outras ameaças, mas serão também, igualmente, os representantes dos interesses das transnacionais que ocuparão e utilizarão esse território em função de seus próprios interesses."

Para o empresário brasileiro Oded Grajew, um dos idealizadores do fórum e ativista na área de responsabilidade social, a idéia de ampliar as forcas militares nacionais como forma de prevenir agressões deve ser vista com reserva.

"Há quem diga que os fins justificam os meios. Eu, pessoalmente, penso como Gandhi: se você quer paz tem de usar meios pacíficos para chegar até ela", afirmou.

Na visão de Grajew, a medida mais efetiva que a sociedade civil pode tomar para que a guerra e o imperialismo tenham cada vez menos espaço é lutar pelo aprofundamento da democracia.

"A historia não conhece nenhum exemplo de uma guerra entre dois países democráticos. Há sempre uma ou mais ditaduras envolvidas em uma guerra", afirmou. "Aprofundar a democracia é lutar pela paz."

Com Agência Brasil

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