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30/01/2006 - 09h11

Lula vai usar Petrobras e "pacote" para atrair votos

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ELIANE CANTANHÊDE
Colunista da Folha

Confiante que a divulgação de um "pacote" de bons resultados impulsionará sua campanha à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende transformar abril num marco para sua candidatura. A auto-suficiência em petróleo, o aumento do salário mínimo, a quitação da dívida com o FMI e o fim da CPI dos Correios são centrais nessa estratégia.

Em fase de preparação, a campanha sobre a auto-suficiência em petróleo, via Petrobras, envolve até professores e alunos da rede pública. A previsão é que seja lançada no mês de abril.

Lula espera que até lá a CPI dos Correios tenha terminado e que se cumpram as previsões, repassadas por analistas de pesquisas, de que, em abril, ele terá se descolado do tucano José Serra, do PSDB, hoje seu principal opositor, e ampliado sua dianteira na corrida sucessória. O suficiente para negociar mais firmemente um apoio do PMDB.

Em conversa de duas horas na semana passada com o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), Lula bateu amigavelmente no ombro dele e pediu que a CPI acabasse até março, "porque ninguém agüenta mais essa história". Segundo Lula, é preciso mudar a pauta: parar com as denúncias e mostrar o que o governo tem feito de bom.

Lula abordou Delcídio e todos os seus interlocutores da semana, como os senadores José Sarney (PMDB-AP), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Aloizio Mercadante (PT-SP), cheio de sorrisos, piadinhas e um monte de dados positivos sobre seu governo.

Com Sarney e Renan, enumerou "recordes" e disse que seu governo ganha do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em praticamente todas as áreas. Citou exportações, agricultura, Bolsa-Família, entre outros.

Na conversa com os dois peemedebistas --que são os principais articuladores da aliança PMDB-Lula, formal ou não--, os três concordaram, ainda, que até a operação "tapa-buraco" foi uma excelente propaganda. Segundo Lula, a imprensa criticou e bateu duro, mas as pessoas comuns não querem saber disso, querem saber que os buracos das estradas estão sendo tapados.

Lula contou a assessores, também, que o aumento do salário mínimo para R$ 350 a partir de abril, a queda do desemprego, o aumento da renda e a redução de preço de produtos essenciais irão se refletir favoravelmente nas pesquisas de opinião de abril. Até agora, Lula está em empate técnico com Serra no segundo turno. Diz-se convencido de que irá ultrapassá-lo até lá.

Petrobras

O Planalto também articula uma série de campanhas para "vender" os feitos do governo e irá usar a rede pública de ensino para dissimular uma campanha política: distribuirá a professores e estudantes de 14 a 18 anos cartilhas "ensinando" a importância de o Brasil, via Petrobras, ser hoje auto-suficiente em petróleo.

Com forte tom nacionalista, a campanha apontará o benefício disso para a independência e autonomia do país. O público-alvo é considerado uma poderosa fonte reprodutora de votos.

Na avaliação do Planalto, a volta de Lula à dianteira no primeiro turno, conforme pesquisa do Ibope, deve-se a três fatores: a entrevista dele ao "Fantástico", programa dominical da Rede Globo; as peças publicitárias regionais veiculadas pelas televisões; e as "boas notícias" criadas pelo governo, como a quitação com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Lula pretende ainda aproveitar exibições na televisão e fazer um pronunciamento para badalar o novo salário mínimo, e manter o ritmo de viagens e de discursos, sempre divulgados pela mídia.

A Delcídio, o presidente pediu que ele batesse na tecla de que a Caixa está sendo fundamental para as classes pobres, discorrendo sobre os programas para saneamento e financiamento de casa própria. "Nunca ninguém fez isso neste país", dizia, recorrendo a uma frase sua já comum em diferentes situações, políticas ou não.

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