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01/02/2006
-
12h00
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
Por 11 votos a 3, o Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta quarta-feira o relatório do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que recomenda a cassação do presidente do PP, Pedro Corrêa (PE), por quebra de decoro parlamentar. Agora, o processo segue para votação no plenário da Casa.
Somente os deputados Benedito de Lira (PP-AL), Sandes Júnior (PP-GO) e José Carlos Araújo (PL-BA) votaram contra o pedido de cassação. Os demais parlamentares defenderam o parecer do relator.
Os deputados começaram a discutir e votar o relatório ontem, mas a sessão foi suspensa por causa do início da ordem do dia no plenário da Câmara.
Corrêa foi acusado de receber recursos do caixa dois do PT por intermédio do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou que o caso sintetiza todo o escândalo do "mensalão". Segundo ele, só o fato de os recursos não terem sido contabilizados pelo PP representa uma confissão de culpa.
"O acordo é espúrio, porque não tem nenhuma motivação a não ser manter o apoio do PP à base do governo. Se o dinheiro fosse legal, porque não teria sido contabilizado?", questionou.
Futuro
Corrêa informou que só vai se pronunciar sobre o assunto depois que o processo for concluído. Sobre permanecer na presidência do PP, o deputado disse: "o meu futuro a Deus Pertence".
O deputado é acusado de ter recebido R$ 700 mil do esquema do "valerioduto". Em depoimento ao Conselho de Ética, Corrêa disse que os saques no Banco Rural foram feitos pelo chefe-de-gabinete da liderança do PP, João Cláudio Genu.
Segundo Corrêa, o dinheiro foi usado para pagar parte dos honorários do advogado Paulo Goyaz, que defendeu o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) em 36 processos judiciais movidos pelo PT do Acre.
Para o relator do processo de cassação, a conduta de Corrêa "atingiu o conjunto dos parlamentares, pois o presidente do PP teria se utilizado do fato de o partido pertencer à base governista para autorizar a solicitação de recursos ao Partido dos Trabalhadores".
Corrêa é o terceiro presidente de partido da base aliada do governo que pode perder o mandato. Pode ser o segundo a ser cassado pelos seus pares por quebra de decoro parlamentar. Antes dele, o ex-presidente do PTB Roberto Jefferson sofreu o processo de expurgo. Já o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, renunciou para evitar perder o direito de ser eleito este ano.
Na semana passada, o Conselho aprovou os relatórios que pedem a cassação dos deputados Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP).
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Conselho de Ética aprova cassação de Pedro Corrêa
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da Folha Online, em Brasília
Por 11 votos a 3, o Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta quarta-feira o relatório do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que recomenda a cassação do presidente do PP, Pedro Corrêa (PE), por quebra de decoro parlamentar. Agora, o processo segue para votação no plenário da Casa.
Somente os deputados Benedito de Lira (PP-AL), Sandes Júnior (PP-GO) e José Carlos Araújo (PL-BA) votaram contra o pedido de cassação. Os demais parlamentares defenderam o parecer do relator.
Os deputados começaram a discutir e votar o relatório ontem, mas a sessão foi suspensa por causa do início da ordem do dia no plenário da Câmara.
Corrêa foi acusado de receber recursos do caixa dois do PT por intermédio do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou que o caso sintetiza todo o escândalo do "mensalão". Segundo ele, só o fato de os recursos não terem sido contabilizados pelo PP representa uma confissão de culpa.
"O acordo é espúrio, porque não tem nenhuma motivação a não ser manter o apoio do PP à base do governo. Se o dinheiro fosse legal, porque não teria sido contabilizado?", questionou.
Futuro
Corrêa informou que só vai se pronunciar sobre o assunto depois que o processo for concluído. Sobre permanecer na presidência do PP, o deputado disse: "o meu futuro a Deus Pertence".
O deputado é acusado de ter recebido R$ 700 mil do esquema do "valerioduto". Em depoimento ao Conselho de Ética, Corrêa disse que os saques no Banco Rural foram feitos pelo chefe-de-gabinete da liderança do PP, João Cláudio Genu.
Segundo Corrêa, o dinheiro foi usado para pagar parte dos honorários do advogado Paulo Goyaz, que defendeu o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) em 36 processos judiciais movidos pelo PT do Acre.
Para o relator do processo de cassação, a conduta de Corrêa "atingiu o conjunto dos parlamentares, pois o presidente do PP teria se utilizado do fato de o partido pertencer à base governista para autorizar a solicitação de recursos ao Partido dos Trabalhadores".
Corrêa é o terceiro presidente de partido da base aliada do governo que pode perder o mandato. Pode ser o segundo a ser cassado pelos seus pares por quebra de decoro parlamentar. Antes dele, o ex-presidente do PTB Roberto Jefferson sofreu o processo de expurgo. Já o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, renunciou para evitar perder o direito de ser eleito este ano.
Na semana passada, o Conselho aprovou os relatórios que pedem a cassação dos deputados Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP).
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