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01/02/2006
-
09h14
ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo
Para acelerar a investigação sobre a relação de Duda Mendonça com caixa dois da campanha presidencial de 2002 e o esquema do "mensalão", o Ministério Público Federal decidiu separar a apuração de movimentações financeiras anteriores do publicitário.
Apenas as operações realizadas por meio da conta Dusseldorf deverão permanecer no inquérito que investiga o "mensalão" e tramita no Supremo Tribunal Federal devido ao foro privilegiado de políticos sob suspeita de praticar irregularidades.
O foco das novas investigações é São Paulo, onde Duda fez fama como publicitário do malufismo nos anos 90 --ajudou a eleger para prefeito Paulo Maluf em 1992 e Celso Pitta em 1996.
A idéia é que Duda, seus sócios e familiares sejam investigados separadamente pelo Ministério Público Federal em São Paulo. No Estado, o nome do publicitário apareceu em inquéritos relativos a Paulo Maluf.
Com isso, a Procuradoria Geral da República quer dar agilidade às investigações relativas a Duda no inquérito que apura a suposta mesada a deputados dentro do esquema de Marcos Valério Fernandes de Souza.
Esse desmembramento da investigação não é inédito. Em dezembro, foi aberto um procedimento em separado no Ministério Público Federal em Minas Gerais para apurar suposta prática de caixa dois nas eleições estaduais de 1998. Há vários indícios de que o esquema de Marcos Valério já operava naquele Estado antes de ganhar a esfera federal.
O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que conduz o inquérito do "mensalão", defende esse desmembramento. Quando dá declarações sobre o tema, costuma dizer que a investigação do "mensalão" ficaria inviável se não fossem descentralizadas as apurações sobre quem não tem foro privilegiado.
Enquanto isso, o procurador-geral diz trabalhar "todos os dias" sobre o inquérito do "mensalão".
Citação em SP
Antes de ter seu nome envolvido no mensalão, Duda Mendonça havia sido citado no depoimento do doleiro Vivaldo de Souza, o Birigüi, como beneficiário de remessas ilegais de US$ 5 milhões feitas para o exterior pelo ex-prefeito Paulo Maluf.
Em agosto, a Folha revelou o conteúdo de depoimentos de Birigüi ao Ministério Público Federal em São Paulo, nos quais o doleiro conta em detalhes como teria feito as transferências, sempre a pedido de Flávio Maluf, filho do ex-prefeito.
Segundo Birigüi, o dinheiro teria sido transferido em parcelas de cerca de US$ 840 mil, entre junho e outubro de 1998, para pagar despesas de campanha. Repetidas vezes, nos curso de diferentes inquéritos, o ex-prefeito nega ter contas no exterior.
Duda na CPI
Na CPI dos Correios, o nome de Duda Mendonça surgiu em uma lista preparada por Marcos Valério, na qual estavam relacionados o nome de beneficiários de R$ 55,8 milhões de um caixa dois administrado pelo PT e distribuído a políticos aliados e fornecedores de campanha.
Em depoimento à comissão, à qual compareceu espontaneamente, Duda disse ter aberto a conta Dusseldorf no sistema financeiro americano por orientação de Marcos Valério. Seria o único caminho sinalizado ao publicitário para receber por serviços prestados às campanhas petistas em 2002.
Por meio da Dusseldorf, Duda disse ter recebido R$ 10,5 milhões, fruto de operações financeiras encomendadas Marcos Valério a uma rede de doleiros.
Dono das agências de publicidade DNA e SMPB, que teriam girado o caixa dois do PT, Marcos Valério nega a acusação de Duda.
O advogado Tales Castelo Branco, que defende Duda Mendonça, reafirmou que seu cliente não possui nenhuma outra conta no exterior além da Dusseldorf. Negou também que familiares do publicitário tenham contas no sistema financeiro americano, conforme publicou a revista "Veja" no mês passado.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a CPI dos Correios
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Ministério Público vai iniciar nova investigação sobre Duda
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da Folha de S.Paulo
Para acelerar a investigação sobre a relação de Duda Mendonça com caixa dois da campanha presidencial de 2002 e o esquema do "mensalão", o Ministério Público Federal decidiu separar a apuração de movimentações financeiras anteriores do publicitário.
Apenas as operações realizadas por meio da conta Dusseldorf deverão permanecer no inquérito que investiga o "mensalão" e tramita no Supremo Tribunal Federal devido ao foro privilegiado de políticos sob suspeita de praticar irregularidades.
O foco das novas investigações é São Paulo, onde Duda fez fama como publicitário do malufismo nos anos 90 --ajudou a eleger para prefeito Paulo Maluf em 1992 e Celso Pitta em 1996.
A idéia é que Duda, seus sócios e familiares sejam investigados separadamente pelo Ministério Público Federal em São Paulo. No Estado, o nome do publicitário apareceu em inquéritos relativos a Paulo Maluf.
Com isso, a Procuradoria Geral da República quer dar agilidade às investigações relativas a Duda no inquérito que apura a suposta mesada a deputados dentro do esquema de Marcos Valério Fernandes de Souza.
Esse desmembramento da investigação não é inédito. Em dezembro, foi aberto um procedimento em separado no Ministério Público Federal em Minas Gerais para apurar suposta prática de caixa dois nas eleições estaduais de 1998. Há vários indícios de que o esquema de Marcos Valério já operava naquele Estado antes de ganhar a esfera federal.
O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que conduz o inquérito do "mensalão", defende esse desmembramento. Quando dá declarações sobre o tema, costuma dizer que a investigação do "mensalão" ficaria inviável se não fossem descentralizadas as apurações sobre quem não tem foro privilegiado.
Enquanto isso, o procurador-geral diz trabalhar "todos os dias" sobre o inquérito do "mensalão".
Citação em SP
Antes de ter seu nome envolvido no mensalão, Duda Mendonça havia sido citado no depoimento do doleiro Vivaldo de Souza, o Birigüi, como beneficiário de remessas ilegais de US$ 5 milhões feitas para o exterior pelo ex-prefeito Paulo Maluf.
Em agosto, a Folha revelou o conteúdo de depoimentos de Birigüi ao Ministério Público Federal em São Paulo, nos quais o doleiro conta em detalhes como teria feito as transferências, sempre a pedido de Flávio Maluf, filho do ex-prefeito.
Segundo Birigüi, o dinheiro teria sido transferido em parcelas de cerca de US$ 840 mil, entre junho e outubro de 1998, para pagar despesas de campanha. Repetidas vezes, nos curso de diferentes inquéritos, o ex-prefeito nega ter contas no exterior.
Duda na CPI
Na CPI dos Correios, o nome de Duda Mendonça surgiu em uma lista preparada por Marcos Valério, na qual estavam relacionados o nome de beneficiários de R$ 55,8 milhões de um caixa dois administrado pelo PT e distribuído a políticos aliados e fornecedores de campanha.
Em depoimento à comissão, à qual compareceu espontaneamente, Duda disse ter aberto a conta Dusseldorf no sistema financeiro americano por orientação de Marcos Valério. Seria o único caminho sinalizado ao publicitário para receber por serviços prestados às campanhas petistas em 2002.
Por meio da Dusseldorf, Duda disse ter recebido R$ 10,5 milhões, fruto de operações financeiras encomendadas Marcos Valério a uma rede de doleiros.
Dono das agências de publicidade DNA e SMPB, que teriam girado o caixa dois do PT, Marcos Valério nega a acusação de Duda.
O advogado Tales Castelo Branco, que defende Duda Mendonça, reafirmou que seu cliente não possui nenhuma outra conta no exterior além da Dusseldorf. Negou também que familiares do publicitário tenham contas no sistema financeiro americano, conforme publicou a revista "Veja" no mês passado.
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