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07/02/2006
-
01h29
EPAMINONDAS NETO
da Folha Online
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta segunda-feira que o fato de o prefeito José Serra ter assinado um documento se comprometendo em terminar seu mandato não pode ser um obstáculo para uma eventual candidatura presidencial neste ano.
"Você se lembra do [ex-presidente] Jânio Quadros, de quantos mandatos ele pulou? Quando a opinião pública deseja, você dá uma explicação. É claro, ele vai ter que se explicar. Mas você veja o ministro [Antonio] Palocci. Ele fez declaração em cartório, mas quem se lembra disso?", disse ele, e acrescentou: "político que tem fibra, é um bom saltador de obstáculos. E ele tem fibra".
FHC evitou declinar sua preferência por Serra ou pelo governador Geraldo Alckmin, que também disputa a indicação do PSDB para a candidatura à presidência. "Eu acho que o Serra e o Alckmin têm uma grande vantagem. O índice de rejeição é mínimo. Isso é o mais importante. Claro, pode acontecer [de aumentar o nível rejeição]. Tudo pode, porque quando você começa a crescer, os seus inimigos ficam com raiva; Agora, como ponto de partida, é um bom ponto de partida", disse FHC.
O programa serviu para que o ex-presidente antecipasse o teor da campanha eleitoral tucana para 2006: ele não evitou críticas ao presidente Lula e ao PT e procurou responder as principais acusações contra sua gestão de oito anos.
Sobre o PT, o ex-presidente FHC ressaltou que não houve entendimento entre a legenda e o PSDB porque os petistas se achavam "superiores". Fernando Henrique defendeu a tese de que a corrupção do governo Lula pode ser explicada por uma idéia de "esquerda pura" que acha justificável alguns procedimentos para chegar ao poder.
"A diferença entre o PT e o PSDB é na democracia. Porque eu nunca concordei em fazer indicação por questão política, em fazer aparelhamento do Estado", disse FHC. "Qual a diferença das alianças que o PSDB fez das alianças que o PT fez? A diferença é que nós tínhamos um programa. Nós tínhamos uma visão", afirmou FHC.
Em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, FHC disse que adotou um discurso de "salvador da pátria", que foi prejudicial para o país. "Ninguém salva a pátria coisa nenhuma. Vocês vejam o Jânio Quadros. E o Lula. De certa forma, o Lula ia salvar a pátria, ia salvar o mundo com o Fome Zero. Eu entendo isso, é porque todo mundo quer apressar as coisas, tem aflição. E dessa aflição que abre espaço para o milagreiro. Mas nós temos que combater o milagrismo [sic]", disse ele.
FHC também foi questionado sobre algumas das principais "falhas" de seu governo: o crescimento da dívida, que mais que dobrou em sua gestão, e a crise energética de 2002. Sobre o primeiro, ele argumentou que o processo havia problemas fiscais muito complexos e que o equacionamento da dívida é tão difícil que não foi tomada ainda pelo próprio governo, na sua interpretação. Sobre o apagão, ele admitiu que o racionamento energético, na verdade, deveria ter começado antes, e que houve falha de comunicação em sua gestão.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
Para FHC, compromisso de Serra com mandato não é obstáculo à candidatura
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da Folha Online
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta segunda-feira que o fato de o prefeito José Serra ter assinado um documento se comprometendo em terminar seu mandato não pode ser um obstáculo para uma eventual candidatura presidencial neste ano.
"Você se lembra do [ex-presidente] Jânio Quadros, de quantos mandatos ele pulou? Quando a opinião pública deseja, você dá uma explicação. É claro, ele vai ter que se explicar. Mas você veja o ministro [Antonio] Palocci. Ele fez declaração em cartório, mas quem se lembra disso?", disse ele, e acrescentou: "político que tem fibra, é um bom saltador de obstáculos. E ele tem fibra".
FHC evitou declinar sua preferência por Serra ou pelo governador Geraldo Alckmin, que também disputa a indicação do PSDB para a candidatura à presidência. "Eu acho que o Serra e o Alckmin têm uma grande vantagem. O índice de rejeição é mínimo. Isso é o mais importante. Claro, pode acontecer [de aumentar o nível rejeição]. Tudo pode, porque quando você começa a crescer, os seus inimigos ficam com raiva; Agora, como ponto de partida, é um bom ponto de partida", disse FHC.
O programa serviu para que o ex-presidente antecipasse o teor da campanha eleitoral tucana para 2006: ele não evitou críticas ao presidente Lula e ao PT e procurou responder as principais acusações contra sua gestão de oito anos.
Sobre o PT, o ex-presidente FHC ressaltou que não houve entendimento entre a legenda e o PSDB porque os petistas se achavam "superiores". Fernando Henrique defendeu a tese de que a corrupção do governo Lula pode ser explicada por uma idéia de "esquerda pura" que acha justificável alguns procedimentos para chegar ao poder.
"A diferença entre o PT e o PSDB é na democracia. Porque eu nunca concordei em fazer indicação por questão política, em fazer aparelhamento do Estado", disse FHC. "Qual a diferença das alianças que o PSDB fez das alianças que o PT fez? A diferença é que nós tínhamos um programa. Nós tínhamos uma visão", afirmou FHC.
Em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, FHC disse que adotou um discurso de "salvador da pátria", que foi prejudicial para o país. "Ninguém salva a pátria coisa nenhuma. Vocês vejam o Jânio Quadros. E o Lula. De certa forma, o Lula ia salvar a pátria, ia salvar o mundo com o Fome Zero. Eu entendo isso, é porque todo mundo quer apressar as coisas, tem aflição. E dessa aflição que abre espaço para o milagreiro. Mas nós temos que combater o milagrismo [sic]", disse ele.
FHC também foi questionado sobre algumas das principais "falhas" de seu governo: o crescimento da dívida, que mais que dobrou em sua gestão, e a crise energética de 2002. Sobre o primeiro, ele argumentou que o processo havia problemas fiscais muito complexos e que o equacionamento da dívida é tão difícil que não foi tomada ainda pelo próprio governo, na sua interpretação. Sobre o apagão, ele admitiu que o racionamento energético, na verdade, deveria ter começado antes, e que houve falha de comunicação em sua gestão.
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