Publicidade
Publicidade
07/02/2006
-
09h18
CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, está decidido a disputar, no voto, a preferência do PSDB na escolha do candidato à Presidência da República. A partir desta semana, emissários de Alckmin vão propôr ao comando partidário a organização de um fórum para a decisão.
A idéia é que a consulta aconteça até a segunda quinzena de março. Até lá, Alckmin viajará pelo país em busca de aliados. E, confiando no apoio da base do partido, Alckmin tem defendido a ampliação do fórum.
No partido, o gesto de Alckmin é encarado como uma tentativa de intimidar o prefeito de São Paulo, José Serra, cuja candidatura ganhou força com a divulgação da última pesquisa Datafolha. No levantamento, o prefeito empata com Lula no primeiro turno e vence por 49% a 41% no segundo. Já Alckmin perde nos dois cenários (36% a 20% e 48% a 39%).
Ao sugerir a convocação dos tucanos, o governador dá sinais de que não pretende montar o ambiente idealizado por Serra para sua eventual renúncia ao cargo de prefeito.
Aliados de Alckmin descartam a possibilidade de Serra sair ungido e duvidam do consenso. Um dos articuladores da candidatura do governador, o deputado Julio Semeghini (SP) afirma: "A não ser que haja consenso, no que não acredito, tem que ir para o voto".
Semeghini reproduz um argumento do governador, de que não dá para voltar atrás. "Alckmin não tem como recuar. Ele não tem nem motivo. O Serra tem. A Prefeitura de São Paulo."
Para os alckmistas, a consulta dará legitimidade ao candidato. "No dia seguinte à escolha, se for o Serra, estaremos com ele. O que não pode é que a decisão seja restrita a três. Isso vai provocar revolta nas bases em São Paulo", argumenta o deputado estadual Pedro Tobias, organizador de um manifesto pró-Alckmin no interior do Estado.
Os apoiadores de Alckmin vão investir no risco que a candidatura de Serra representaria para o partido, caso ele se arriscasse a deixar a prefeitura. "No fim de semana, Fernando Henrique falou [à revista "IstoÉ"] do que mais nos preocupa: esse túnel em que vamos entrar", disse o deputado federal Sílvio Torres, alegando que o partido teria de explicar a decisão de Serra. "Carregar campanha com peso é complicado."
Nesta semana, Semeghini se dedicará à formação de um fórum amplo de discussão. "Vai ser duro alguém dizer para um candidato "não pode ser você". Por isso, entendemos que as instâncias mínimas necessárias são a bancada federal, o diretório nacional, governadores, presidentes de diretório e líderes regionais."
Alckmin encarregará emissários porque seria delicado questionar abertamente a legitimidade da cúpula partidária.
A insistência de Alckmin poderá mesmo lhe causar prejuízos. Numa recente reunião, o comando do partido discutiu a possibilidade de Alckmin levar a decisão a voto. Segundo um dos participantes, a conclusão foi que ele não se aventuraria porque poderia perder musculatura dentro do PSDB. Em resposta, os tucanos poderiam inviabilizar a consulta ou até derrotá-lo.
Os serristas não acreditam que Alckmin venha mesmo a preparar o ambiente para o prefeito, mas têm dúvidas de que leve a idéia de consulta adiante.
Pesquisa
Alckmin disse ontem que o resultado do Datafolha, que apontou o crescimento de Lula, "era esperado". "O presidente se recupera um pouco por causa da enorme exposição na mídia, monólogo e campanha ininterrupta", afirmou.
Serra, em entrevista ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, se disse satisfeito com os números. "Acho que é um apoio, uma aprovação, uma confiança em relação ao trabalho que já fiz na vida pública e que tenho feito, agora, na Prefeitura de São Paulo."
Especial
Leia o que já foi publicado sobre as eleições 2006
Alckmin quer disputar prévia contra Serra
Publicidade
da Folha de S.Paulo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, está decidido a disputar, no voto, a preferência do PSDB na escolha do candidato à Presidência da República. A partir desta semana, emissários de Alckmin vão propôr ao comando partidário a organização de um fórum para a decisão.
A idéia é que a consulta aconteça até a segunda quinzena de março. Até lá, Alckmin viajará pelo país em busca de aliados. E, confiando no apoio da base do partido, Alckmin tem defendido a ampliação do fórum.
No partido, o gesto de Alckmin é encarado como uma tentativa de intimidar o prefeito de São Paulo, José Serra, cuja candidatura ganhou força com a divulgação da última pesquisa Datafolha. No levantamento, o prefeito empata com Lula no primeiro turno e vence por 49% a 41% no segundo. Já Alckmin perde nos dois cenários (36% a 20% e 48% a 39%).
Ao sugerir a convocação dos tucanos, o governador dá sinais de que não pretende montar o ambiente idealizado por Serra para sua eventual renúncia ao cargo de prefeito.
Aliados de Alckmin descartam a possibilidade de Serra sair ungido e duvidam do consenso. Um dos articuladores da candidatura do governador, o deputado Julio Semeghini (SP) afirma: "A não ser que haja consenso, no que não acredito, tem que ir para o voto".
Semeghini reproduz um argumento do governador, de que não dá para voltar atrás. "Alckmin não tem como recuar. Ele não tem nem motivo. O Serra tem. A Prefeitura de São Paulo."
Para os alckmistas, a consulta dará legitimidade ao candidato. "No dia seguinte à escolha, se for o Serra, estaremos com ele. O que não pode é que a decisão seja restrita a três. Isso vai provocar revolta nas bases em São Paulo", argumenta o deputado estadual Pedro Tobias, organizador de um manifesto pró-Alckmin no interior do Estado.
Os apoiadores de Alckmin vão investir no risco que a candidatura de Serra representaria para o partido, caso ele se arriscasse a deixar a prefeitura. "No fim de semana, Fernando Henrique falou [à revista "IstoÉ"] do que mais nos preocupa: esse túnel em que vamos entrar", disse o deputado federal Sílvio Torres, alegando que o partido teria de explicar a decisão de Serra. "Carregar campanha com peso é complicado."
Nesta semana, Semeghini se dedicará à formação de um fórum amplo de discussão. "Vai ser duro alguém dizer para um candidato "não pode ser você". Por isso, entendemos que as instâncias mínimas necessárias são a bancada federal, o diretório nacional, governadores, presidentes de diretório e líderes regionais."
Alckmin encarregará emissários porque seria delicado questionar abertamente a legitimidade da cúpula partidária.
A insistência de Alckmin poderá mesmo lhe causar prejuízos. Numa recente reunião, o comando do partido discutiu a possibilidade de Alckmin levar a decisão a voto. Segundo um dos participantes, a conclusão foi que ele não se aventuraria porque poderia perder musculatura dentro do PSDB. Em resposta, os tucanos poderiam inviabilizar a consulta ou até derrotá-lo.
Os serristas não acreditam que Alckmin venha mesmo a preparar o ambiente para o prefeito, mas têm dúvidas de que leve a idéia de consulta adiante.
Pesquisa
Alckmin disse ontem que o resultado do Datafolha, que apontou o crescimento de Lula, "era esperado". "O presidente se recupera um pouco por causa da enorme exposição na mídia, monólogo e campanha ininterrupta", afirmou.
Serra, em entrevista ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, se disse satisfeito com os números. "Acho que é um apoio, uma aprovação, uma confiança em relação ao trabalho que já fiz na vida pública e que tenho feito, agora, na Prefeitura de São Paulo."
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice