Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/02/2006 - 10h00

Dimas ofereceu R$ 1,5 mi ao PTB, diz Jefferson

Publicidade

JOSIAS DE SOUZA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O deputado cassado Roberto Jefferson (PTB) disse ontem, em entrevista ao blog "Nos Bastidores do Poder", que, em abril de 2005, Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas, esteve em sua casa e ofereceu uma mesada de R$ 1,5 milhão do suposto caixa dois da estatal para o PTB.

Jefferson foi o autor das denúncias envolvendo o suposto esquema, em entrevista à Folha em junho do ano passado. À época, Dimas negou as acusações.

O esquema, segundo Jefferson, foi "herdado" pelo ex-ministro José Dirceu, que também negou as acusações. Leia a seguir trechos da entrevista:

Folha - De onde vinha a influência de Dimas Toledo?

Jefferson
- Ele cobria o PSDB. O PSDB mineiro inteiro, o PFL mineiro inteiro, o PMDB mineiro inteiro. A pressão que eu recebi [para manter Dimas no cargo], até do... Não vou falar.

Folha - As cifras mencionadas na lista têm lógica política?

Jefferson
- Não vou acusar amigos. No que me toca [R$ 75 mil], a lista é verdadeira. No resto, ela tem total lógica política e se assemelha à verdade.

Folha - Quem era o padrinho de Dimas Toledo?

Jefferson
- O Dimas não tinha um controlador. Ele não trabalhava com grupo pequeno, só com grupo grande. Três, quatro governadores poderosos. Aquela cadeira era forte demais para um só. Ela foi o principal motivo para o José Dirceu botar a Abin no meu calcanhar.

Folha - O José Dirceu herdou o esquema?

Jefferson
- Herdou.

Folha - O Dirceu chegou a propor uma partilha ao senhor?

Jefferson
- Dava R$ 4 milhões. R$ 1 milhão ficaria para despesas de diretoria que o Dimas teria, R$ 1,5 milhão iria para o PTB e R$ 1,5 milhão para o PT todo mês.

Folha - O sr. chegou a conversar sobre isso com o próprio Dimas?

Jefferson
- Sim. Ele esteve em minha casa, em abril do ano passado, a pedido do José Dirceu.

Folha - Ele queria o quê?

Jefferson
- Formalizar o acordo. Me disse que ficaria para o PTB R$ 1,5 milhão por mês e para o PT R$ 1,5 milhão. Reforçou a conversa que o José Dirceu já havia acertado. Eu voltei ao Dirceu, contei os termos e perguntei: "Está fechado?" Ele disse: "Fechado". Foi quando Lula deu pra trás. Disse: "Não, esse cara é um traidor. Ele é tucano. Botamos R$ 1,5 milhão na Cemig, para fazer o programa Luz para Todos nas favelas e ele só botou placa do governo do Aécio".

Folha - A proposta de partilha foi feita para que o sr. concordasse com a manutenção do Dimas?

Jefferson
- Exato. Quem ficava com tudo naquela época era o Delúbio [Soares, ex-tesoureiro do PT]. Tinha também um "grupo dos 12", do PSDB, que ficava com R$ 600 mil por mês. Três eu sei com certeza: (Luiz) Piauhylino (PDT-PE), Osmânio Pereira (hoje PTB-MG) e Salvador Zimbaldi (PSB-SP).

Especial
  • Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página