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19/02/2006 - 10h10

PSDB quer resposta de Serra até dia 1º de março

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KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O triunvirato tucano que definirá o candidato do PSDB a presidente da República disse ao prefeito de São Paulo, José Serra, que aguarda uma resposta definitiva dele até a Quarta-Feira de Cinzas, dia 1º de março.

Se ele aceitar a candidatura, como é a sua tendência, o governador paulista, Geraldo Alckmin, será enquadrado pelo trio --composto pelo presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso e o governador de Minas, Aécio Neves.

Serra queria esticar o seu cronograma de decisão até o final da primeira quinzena de março. Mas FHC, Tasso e Aécio disseram que ele deveria sair do Carnaval candidato ou liberar a vaga para Alckmin. Afirmaram que é preciso uma definição mais rápida para a oposição fazer contraponto imediato ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estaria sozinho em campanha enquanto o PSDB vive luta fratricida.

O trio tucano disse a Serra que seria preciso fazer um "recall" de todos os fatos negativos vividos por Lula no escândalo do "mensalão". As pesquisas da cúpula tucana mostraram que o campo "ético" é o maior ponto fraco do presidente e que ataques que recuperem acusações de corrupção na gestão petista deverão ser parte obrigatória do discurso do PSDB e do PFL a partir de agora.

FHC, Tasso e Aécio também disseram ao prefeito que aguardar até meados de março para uma definição interna poderia deixar seqüelas difíceis de serem contornadas com o grupo de Alckmin. E exigiram uma resposta até a Quarta-Feira de Cinzas. A partir dessa data, mencionada explicitamente no jantar da última quinta entre Serra e o triunvirato tucano em São Paulo, serão feitas as costuras internas para contornar a previsível contrariedade de Alckmin. O governador não participou do jantar e deverá ser informado já na próxima semana de que Serra responderá até depois do Carnaval e que ele deverá acatar a decisão do partido.

No jantar, o prefeito aceitou o novo cronograma, que não será assumido de público. Logo depois, disse a interlocutores estar vivendo "dias angustiantes", pois tem a dimensão do risco que será deixar a maior capital do país e eventualmente ser derrotado. No jantar, o trio tucano disse a Serra que ele não poderá recuar se aceitar ser candidato, "nem que apareça pesquisa com Lula 20 pontos à frente dele" --um exemplo literal dado no encontro.

Opção dos simpatizantes

As pesquisas qualitativas feitas pelo comando tucano foram decisivas para que o trio se inclinasse por Serra. Dois dados chamaram mais atenção. Cerca de 70% dos eleitores simpatizantes do PSDB e do PFL consideram que o prefeito é um candidato "mais competitivo" do que o governador. Ou seja, empolgará mais as bases dos dois partidos, que devem selar aliança.

Candidatos a governador, senador e deputado do PSDB e PFL preferem um nome mais forte nas pesquisas no primeiro turno, como é o caso de Serra, para que funcione como puxador de votos.

O segundo indicador das pesquisas tucanas que funcionou a favor de Serra foi a diminuição da diferença entre ele e Alckmin no eleitorado paulista. O governador liderava com folga superior a 15 pontos percentuais até o mês passado. Hoje, Serra se encontra apenas cinco pontos percentuais atrás de Alckmin no Estado, de acordo com o levantamento encomendado pelo PSDB.

Em relação à recuperação de Lula, as pesquisas tucanas chegaram a conclusão muito semelhante ao de levantamentos recentes públicos, como os dos institutos Datafolha e Sensus. O presidente tem sido beneficiário de uma série de notícias positivas, como o reajuste do salário mínimo de R$ 300 para R$ 350 antecipado para abril, e inaugurações de obras pelo país.

A força de Lula é maior no eleitorado mais pobre e menos escolarizado das regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, nas quais o Bolsa-Família vitamina sua popularidade. Já os tucanos são mais bem avaliados nas regiões Sul e Sudeste.

Especial
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