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27/02/2006 - 09h25

Lula prepara nova "Carta ao Povo Brasileiro"

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LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

Mesmo sem ter assumido formalmente sua candidatura à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já prepara uma segunda versão da "Carta ao Povo Brasileiro". Uma parte fará uma análise do seu primeiro mandato. A outra, uma projeção sobre um eventual segundo governo.

Quem diz isso é o ex-ministro da Educação Tarso Genro, que é atualmente um dos principais interlocutores do presidente e já foi convidado a assumir novamente um ministério político quando ocorrer a reforma ministerial.

A primeira "Carta ao Povo Brasileiro" foi lançada em junho de 2002, quando o então candidato Lula começava a intensificar sua participação na campanha presidencial. A carta gerou polêmica, especialmente entre os petistas.

O documento --assinado pelo próprio Lula, que pregou a não-ruptura com o modelo de gestão econômica da época e prometeu a manutenção dos contratos firmados-- teve o objetivo de acalmar o mercado internacional e conter a alta do dólar durante a campanha eleitoral.

Agora, a segunda versão da carta é resultado de solicitação feita a Lula por PT, PSB e PC do B, partidos que compõem a base aliada do governo no Congresso.

Lula concordou com a idéia e pediu que representantes dos partidos e do próprio governo já comecem a pensar no documento, com representantes da sociedade civil. Um grupo ainda será formado para sua elaboração.

Tarso disse que, além de uma visão para o futuro da administração petista, haverá um balanço do primeiro mandato. Para relacionar com o projeto de governo, serão destacadas, segundo o ex-ministro, a solidez macroeconômica e a credibilidade conquistada no mercado internacional.

"O governo deverá dar solidez ao crescimento econômico e mostrar que os sacrifícios mais duros já foram feitos. Assim, 2006 será o ano da colheita de todas as medidas tomadas", disse Tarso.

O deputado estadual Adão Villaverde (PT-RS), que assumiu o papel de "líder do governo federal" na Assembléia Legislativa gaúcha no início do governo Lula e mantém forte ligação com Tarso, vai além quanto ao conteúdo: ""A carta terá dois sentidos, pelo que tenho conversado com o próprio Tarso. Em um balanço, mostrará que o primeiro governo criou as condições para tirar o país da ingovernabilidade. Em termos de projeto, pensará o país para além dos próximos quatro anos, com crescimento médio entre 5% e 6%".

A carta, segundo Tarso, poderá começar a ser elaborada antes mesmo de Lula se definir pela candidatura à reeleição. ""Ele ainda vai se decidir sobre isso. Pediu a carta para examiná-la e definir se concorda ou não com seu conteúdo", disse Tarso.

Tarso admitiu que já foi convidado por Lula para ser ministro na nova equipe que se formará a partir da saída dos candidatos a cargos eleitorais. Na segunda quinzena de março, ele vai a Brasília para um encontro com o presidente, quando então deverá ser definida a pasta. "Não conversamos sobre qual ministério ocuparei. Sei que será ação política."

Tarso deixou o governo no auge do escândalo do "mensalão" para ocupar interinamente a presidência do PT. Derrotado internamente no seu projeto de "refundação" do partido, cedeu lugar a Ricardo Berzoini na chapa para as eleições de outubro passado do Diretório Nacional.

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