Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
28/02/2006 - 23h00

Carlinhos Brown pede desculpas e Gil chora

Publicidade

AFRA BALAZINA
LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha

Depois de chamar a atenção de Gilberto Gil para a questão da violência durante o Carnaval de Salvador e pedir o fim das cordas que separam os foliões pagantes da multidão, o cantor Carlinhos Brown pediu desculpas ao ministro da Cultura, em frente ao camarote Expresso 2222, no Farol da Barra.

"Te amo, Gil, muito obrigado, desculpe qualquer coisa. Muito obrigado seu [ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando] Furlan. Eu queria passar aqui sabe por quê? Porque nenhum homem é dono da verdade (...). Então eu quero pedir perdão, também. Eu te amo rapaz, também somos irmãos", disse Brown, na madrugada de ontem.

Na seqüência, Brown desceu do trio e começou a cantar no chão os versos "Ó meu pai, misericórdia. Pequei, senhor, misericórdia". Ajoelhou-se em frente à varanda onde Gil estava. O ministro não respondeu, mas demonstrou estar muito emocionado e, logo depois, chorou.

Carlinhos Brown interpretou a música em ritmo lento e, ainda, utilizou expressões usadas por mães e pais-de-santo, nos terreiros de candomblé.

Ontem, Gil disse que ficou sensibilizado com a homenagem feita por Carlinhos Brown e ressaltou que todas as propostas que têm como meta melhorar o Carnaval de Salvador merecem ser analisadas. "O que nós queremos é aperfeiçoar ainda mais esta festa de explosão coletiva."

As críticas públicas feitas por Brown não alteraram a rotina de Gil durante a folia. Desde o início da festa, na última quinta-feira, o ministro da Cultura é a personalidade mais homenageada pelos cantores que se apresentam no circuito Barra/Ondina.

Invariavelmente, todos os músicos que passam em cima dos trios pela Barra/Ondina param em frente ao camarote e elogiam o compositor baiano. Gil também foi o responsável por trazer à Bahia a maior atração do Carnaval de Salvador este ano, o vocalista Bono, da banda irlandesa U2.

Para Brown, o Carnaval da capital baiana precisa ser mais democrático e as autoridades devem educar o povo "o ano inteiro, e não só sete dias por ano". Gilberto Gil reagiu às críticas dizendo que o apartheid social acontece em todas as partes e que conciliar "igualdades e diferenças é uma coisa muito complicada".

Até agora, foram registradas cinco mortes no circuito do Carnaval --as duas últimas notificadas ontem. Segundo dados parciais da Secretaria da Segurança Pública da Bahia, o Carnaval de Salvador está mais violento neste ano, em comparação com 2005.

Depois de seis dias de folia, o Carnaval de Salvador termina amanhã à tarde, com um "arrastão" comandado por Carlinhos Brown e Ivete Sangalo. Os dois cantores vão desfilar pelas ruas da Barra interpretando os principais sucessos da festa.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o ministro Gilberto Gil
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página