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05/03/2006 - 10h00

CGU investiga empresas ligadas a Dimas

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ANDRÉA MICHAEL
LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo

Duas empresas prestadoras de serviço a Furnas Centrais Elétricas relacionadas a filhos do ex-diretor de Engenharia da estatal Dimas Toledo são alvo de investigação da CGU (Controladoria Geral da União). Uma delas, a Canal Energia, foi contratada sem licitação, tendo sido dispensada por Furnas dois meses depois de Dimas ter deixado a estatal.

A Canal Energia é um provedor de informações na internet, especializado na área de energia elétrica. Foram dois contratos fechados pelo site com Furnas, ambos no valor de R$ 77.920. O primeiro foi firmado no dia 1º de julho de 2004. Quatro meses depois, Gabriel Martins, filho de Dimas, passou a integrar o quadro societário da Canal Energia.

A prestação do serviço venceu no final de fevereiro de 2005, tendo sido renovada automaticamente em março, com vigência até 31 de outubro do mesmo ano.

Dimas foi afastado de sua função em junho de 2005, depois de o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) afirmar à Folha ter ouvido dele que havia desvio de R$ 3 milhões mensais na empresa para o PT e partidos aliados. Mas Dimas, que nega irregularidades, só deixou efetivamente a empresa no dia 1º de agosto. No final de outubro, quando o contrato com a Canal Energia venceu, Furnas decidiu não renová-lo.

Outro contrato investigado pela CGU envolvendo um filho de Dimas foi firmado com a Bauruense, maior prestadora de serviços da estatal, com 1.598 funcionários terceirizados (80% do total de trabalhadores temporários). Entre eles, Fabiana Toledo Sermarini.

A Bauruense já recebeu de Furnas R$ 821 milhões em 28 contratos para prestação de serviços desde 2000. O Ministério Público do Trabalho apontou Dimas como administrador dos contratos de terceirização enquanto esteve no comando da empresa.

Segundo a empresa Bauruense, Fabiana já trabalhava para Furnas quando foi contratada pela prestadora de serviços, em novembro de 2004. Ela passou a trabalhar para a Bauruense juntamente com outros 375 colaboradores. Como está na condição de terceirizada, Fabiana passou a trabalhar para a estatal sem ter prestado concurso.

Dimas nega ter havido desvio de dinheiro da estatal para partidos políticos. Ele se fia em auditoria externa, contratada pela estatal, que teria concluído não ter havido irregularidades. Técnicos da CGU consideraram, no entanto, que a auditoria externa foi insuficiente para checar as denúncias. A própria contratação da Ernst & Young para fazer o trabalho será investigada pela CGU, por ter sido feita sem autorização do órgão, o que está previsto em lei.

Dimas também refuta ser o autor da lista que aponta 156 políticos como beneficiários do suposto esquema que teria girado R$ 40 milhões em 2002. Uma das linhas de investigação da CGU analisará os contratos que empreiteiras, empresas de consultoria e agências de publicidade citadas na lista mantêm com Furnas. Seriam elas as fontes do suposto caixa dois.

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