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14/03/2006 - 10h19

Corretora investigada por CPI deu R$ 85 mil para petista em 2004

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LEONARDO SOUZA
FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo

Um técnico ligado ao comando do PT no Congresso recebeu cerca de R$ 85 mil, em meados de 2004, de uma das corretoras investigadas pela CPI dos Correios por suspeitas de desvio de recursos de fundos de pensão para atender a interesses políticos, segundo a Folha apurou.

O nome do beneficiário é mantido em sigilo pela cúpula da CPI e pelos assessores incumbidos de finalizar o cruzamento das informações bancárias, fiscais e telefônicas de todas pessoas físicas e jurídicas de alguma forma ligadas ao "mensalão".

É o segundo nome ligado a partido político identificado até agora pela CPI a receber dinheiro de corretora investigada por envolvimento com fundos de pensão. O primeiro foi Renato Paolielo, assessor de imprensa do deputado Nilton Baiano (PP-ES). Paolielo recebeu, também em 2004, R$ 100 mil da corretora Euro. O assessor de Baiano nega envolvimento com o "mensalão" e diz que o dinheiro se refere a um serviço prestado por ele à corretora.

A CPI investiga agora quais outras conexões no PT e no governo o técnico possa ter. Assim como Paolielo, ele deve ser citado no relatório final da CPI.

Não está descartada ainda a menção de novos nomes de parlamentares que também teriam sido beneficiados pelo esquema de Marcos Valério, mas que não foram listados pelo publicitário. Tudo depende da confirmação do cruzamento dos dados pela equipe técnica da CPI e da análise jurídica de imputar aos parlamentares ligação com o "mensalão".

O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), recebeu ontem das mãos do sub-relator ACM Neto (PFL-BA) relatório parcial sobre as operações dos 12 fundos de pensão investigados pela comissão devido a indícios de favorecimento a terceiros.

Segundo a Folha apurou, a CPI vai sugerir o indiciamento de ex-dirigentes de Nucleos (estatais nucleares) e Prece (Cedae, companhia de saneamento do Estado do Rio), sócios e executivos das corretoras Euro e Laeta e do operador de mercado financeiro Lúcio Funaro, entre outros. Deve entrar também na lista o ex-assessor de José Dirceu na casa Civil, Marcelo Sereno. Todos negam as acusações de participar de desvio de dinheiro dos fundos de pensão.

Por conta de operações consideradas irregulares realizadas pela Prece, pessoas ligadas, mesmo que de forma indireta, à administração da governadora Rosinha Matheus (PMDB-RJ) também serão mencionadas.

ACM Neto disse que seu relatório parcial tratou de pormenorizar as operações e investimentos que levaram os 12 fundos de pensão a registrar perdas de aproximadamente R$ 780 milhões entre 2000 e 2005. O documento, com cerca de 400 páginas, é praticamente a versão definitiva que será incluída por Serraglio no relatório final da CPI.

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