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19/03/2006
-
12h08
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
A CPI dos Correios, depois de nove meses de investigação, chega ao relatório final de seus trabalhos sem conseguir provar a denúncia que motivou sua criação. Mesmo com todos os instrumentos de que dispõe, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) não conseguiu provas de que dinheiro dos Correios foi desviado para partidos políticos.
Pivô da CPI, Maurício Marinho, o ex-chefe de Contratação de Materiais da estatal, seria, de acordo com as denúncias iniciais, um dos responsáveis, juntamente com o ex-diretor de Administração Antonio Osório, por desviar dinheiro da empresa para o PTB por meio de licitações fraudulentas.
Marinho, por sua vez, na gravação em que recebe propina, aponta o ex-deputado e ex-presidente do PTB Roberto Jefferson como gerenciador. Jefferson negou desvio de dinheiro público para o caixa do partido, mas admitiu que a possibilidade de indicar apadrinhados para facilitar a captação de recursos junto a fornecedores era a razão para a disputa entre legenda pelas empresas estatais.
Nada disso será provado, como admitiu o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). "Provas de que havia desvio para partidos políticos não temos", afirmou.
Apesar de faltarem provas que apontem o uso político dos recursos da estatal, os integrantes da comissão parlamentar identificaram um esquema desenvolvido de licitações fraudulentas e desvio de dinheiro público na estatal. "O que encontramos foi uma corrupção generalizada", disse Serraglio.
Se nos Correios nada foi provado sobre o desvio para partidos políticos, no IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), cujo controle acionário pertence à União, o cenário é outro. O relatório final, a ser apresentado na próxima semana, deverá mostrar, de acordo com Serraglio, que o instituto foi usado politicamente pelo PTB.
A legenda teria usado a corretora Assurrê, de propriedade de Henrique Brandão, amigo de Roberto Jefferson, para desviar recursos em operações de resseguros.
Esse é um dos motivos que levarão a CPI dos Correios a sugerir a abertura do mercado resseguros --uma espécie de seguro das seguradoras. "Com o mercado aberto, ou o IRB começa a trabalhar nos eixos ou fecha", disse o presidente da CPI, Delcídio Amaral (PT-MS).
Especial
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Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
Denúncia que motivou criação da CPI dos Correios não será provada
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da Folha Online, em Brasília
A CPI dos Correios, depois de nove meses de investigação, chega ao relatório final de seus trabalhos sem conseguir provar a denúncia que motivou sua criação. Mesmo com todos os instrumentos de que dispõe, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) não conseguiu provas de que dinheiro dos Correios foi desviado para partidos políticos.
Pivô da CPI, Maurício Marinho, o ex-chefe de Contratação de Materiais da estatal, seria, de acordo com as denúncias iniciais, um dos responsáveis, juntamente com o ex-diretor de Administração Antonio Osório, por desviar dinheiro da empresa para o PTB por meio de licitações fraudulentas.
Marinho, por sua vez, na gravação em que recebe propina, aponta o ex-deputado e ex-presidente do PTB Roberto Jefferson como gerenciador. Jefferson negou desvio de dinheiro público para o caixa do partido, mas admitiu que a possibilidade de indicar apadrinhados para facilitar a captação de recursos junto a fornecedores era a razão para a disputa entre legenda pelas empresas estatais.
Nada disso será provado, como admitiu o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). "Provas de que havia desvio para partidos políticos não temos", afirmou.
Apesar de faltarem provas que apontem o uso político dos recursos da estatal, os integrantes da comissão parlamentar identificaram um esquema desenvolvido de licitações fraudulentas e desvio de dinheiro público na estatal. "O que encontramos foi uma corrupção generalizada", disse Serraglio.
Se nos Correios nada foi provado sobre o desvio para partidos políticos, no IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), cujo controle acionário pertence à União, o cenário é outro. O relatório final, a ser apresentado na próxima semana, deverá mostrar, de acordo com Serraglio, que o instituto foi usado politicamente pelo PTB.
A legenda teria usado a corretora Assurrê, de propriedade de Henrique Brandão, amigo de Roberto Jefferson, para desviar recursos em operações de resseguros.
Esse é um dos motivos que levarão a CPI dos Correios a sugerir a abertura do mercado resseguros --uma espécie de seguro das seguradoras. "Com o mercado aberto, ou o IRB começa a trabalhar nos eixos ou fecha", disse o presidente da CPI, Delcídio Amaral (PT-MS).
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