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20/03/2006 - 09h38

Caseiro vai questionar Caixa na Justiça

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ANDRÉA MICHAEL
LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo

O caseiro Francenildo dos Santos Costa, o Nildo, acionará a Caixa Econômica Federal na Justiça para que o banco informe quem são os responsáveis por quebrar o sigilo de sua conta poupança na noite da última quinta-feira.

Dados sobre a movimentação bancária de Nildo foram divulgados na última edição da revista "Época". A reportagem sugere que pode ter sido comprado, com depósitos que somariam R$ 25 mil, o depoimento no qual ele contou à CPI dos Bingos ter visto o ministro Antonio Palocci em uma casa em Brasília utilizada para festas com garotas de programa e para reuniões de lobby.

Representante de Nildo, o advogado Wlício Chaveiro Nascimento não descarta a possibilidade de também pedir à Polícia Federal a instauração de inquérito para apurar os responsáveis pela quebra do sigilo bancário.

Segundo o advogado, os depósitos para Nildo foram feitos pelo empresário Eurípedes Soares da Silva, dono de uma empresa de ônibus em Teresina. Ele seria pai de Nildo. Conforme a "Época", para não se expor, pois é casado, o empresário se comprometeu a ajudar o filho bastardo, mas sem reconhecer a paternidade.

O advogado de Nildo pretende apresentar à Justiça uma ação de investigação de paternidade por meio da qual pretende que seu cliente seja reconhecido como filho legítimo do empresário.

O PPS ingressa nesta segunda-feira com uma representação criminal na Procuradoria da República no Distrito Federal contra a quebra de sigilo do caseiro. "Hoje é o direito do caseiro a ser violado, amanhã pode ser o de qualquer cidadão. Basta ser inimigo do governo para se tornar alvo de um Estado cujas instituições estão sendo usadas para perseguir, como ocorreu em regimes ditatoriais", disse o deputado Roberto Freire (PE), presidente da sigla.

A oposição decidiu atacar o presidente Lula por manter Palocci no cargo após três testemunhas dizerem que o viram, no comando da Fazenda, com os lobistas Rogério Buratti e Vladimir Poleto, o que Palocci sempre negou.

"O ministro está baleado mortalmente. (...) [O presidente] tem de saber que está sustentando alguém contaminado pela corrupção", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) criticou o fato de Tião Viana (PT-AC) ter obtido liminar na Justiça suspendendo o depoimento do caseiro à CPI. "Foi um grave erro de Tião Viana, cumprindo as ordens do presidente da República."

Na entrega da obra de rebaixamento da calha do rio Tietê, em São Paulo, Alckmin defendeu a investigação das denúncias contra o ministro. "O que me parece estranho é que o governo e o PT têm muito a esconder porque tenta impedir, inclusive com ações judiciais, a busca da verdade."

Em encontro regional do PT em Ribeirão Preto ontem, onde também esteve Marta Suplicy, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) defendeu o ministro: "Se a direita quiser tirar o Palocci, que venha para as urnas e ganhe a eleição".

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