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28/03/2006 - 11h02

Trabalhadores rurais realizam protesto em frente à fábrica da Monsanto

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DANIELE SIQUEIRA
da Agência Folha

Trabalhadores rurais ligados ao MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) fizeram um protesto ontem em frente a uma fábrica da multinacional Monsanto, em Santa Helena de Goiás (219 km de Goiânia), para marcar o início da "jornada nacional de luta contra o agronegócio e em defesa da agricultura camponesa", que acontece até o dia 30 em vários Estados.

Os agricultores fizeram discursos, exibiram faixas de protesto e amontoaram embalagens de agrotóxicos em frente à Monsanto, mas não chegaram a invadir o prédio. Embora o ato tenha sido pacífico, os cerca de 200 funcionários da fábrica não trabalharam pela manhã, porque a direção da empresa cancelou o turno.

Agricultores ligados a outros movimentos sociais, como a Via Campesina e o Movimento dos Atingidos por Barragens, além do deputado estadual Mauro Rubem (PT), também participaram da manifestação. Segundo Altacir Bunde, da diretoria nacional do MPA, 1.500 pessoas de 40 municípios goianos estiveram no local, aonde chegaram em 28 ônibus. A Polícia Militar contabilizou 800 pessoas e 19 ônibus.

"Nós não queremos mais a Monsanto no Brasil. Caso ela permaneça, o futuro dela pode ser como o da Aracruz", disse Bunde, em referência à destruição do laboratório da empresa de celulose por mulheres da Via Campesina, em Barra do Ribeiro (RS), no início do mês.

"A Monsanto tem sido uma das principais responsáveis pela destruição do cerrado, pela contaminação da água e dos recursos naturais. Nós fomos lá para dar o recado, e dizer a eles que voltaremos para radicalizar", afirmou Bunde. A assessoria de imprensa da Monsanto informou que a empresa não vai se manifestar a respeito das declarações.

Em seu site, o MPA promete fazer, até o dia 30, novas mobilizações contra outras multinacionais do setor agrícola, como Bunge, Cargill, Syngenta, Basf, Bayer, Nestlé, Danone, Aracruz e Veracel --acusadas, pelo movimento, de devastar o ambiente e contribuir para a concentração de renda no campo.

A expectativa é que 15 mil pessoas participem dos protestos. O MPA também quer chamar a atenção do governo federal para uma pauta de reivindicações, que inclui renegociação de dívidas e controle estatal dos preços agrícolas.

A assessoria de imprensa da Basf informou, por e-mail, que a empresa "se abstém de qualquer prática que seja ilegal" ou que "viole o comércio justo". Cargill, Syngenta, Bayer, Nestlé, Danone, Aracruz e Veracel não quiseram comentar. Procurada pela Folha, a Bunge não deu retorno.

O MPA disse que também promoveu, ontem, marchas em Pernambuco e Rondônia. O movimento foi criado em 1996 no Rio Grande do Sul, após uma seca que prejudicou a produção agrícola, e devido ao descontentamento dos pequenos agricultores com a representatividade das organizações do setor já existentes na época. A organização está presente em 18 Estados.

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