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28/03/2006 - 19h32

Confira a íntegra do discurso de Guido Mantega

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da Folha Online

Confira abaixo íntegra do discurso do novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na cerimônia de posse.

"Senhor Presidente, senhoras e senhores ministros,

É uma honra aceitar a convocação do Presidente Luis Inácio Lula da Silva e assumir hoje o cargo de Ministro da Fazenda, depois de três anos e três meses de servir ao governo como Ministro do Planejamento e Presidente do BNDES. A honra é um sentimento pessoal. Mas há outro sentimento que gostaria de compartilhar com todos os presentes: o orgulho pelas realizações deste governo, desde sua posse em 1º de janeiro de 2003.

A primeira constatação que faço como novo Ministro da Fazenda é que recebo das mãos de Antonio Palocci Filho um Ministério, uma Economia, e um País, muito melhores do que meu antecessor recebeu.

É sabido que, quando o Presidente Lula tomou posse, temia-se pelo futuro do Brasil. O risco país avolumava-se, o câmbio explodia e a inflação resistia em patamares de 12,5% ao ano. A taxa básica de juros estava em 23%.

Mergulhado na letargia, o Brasil não crescia, ou crescia numa média inferior a 2% ao ano, os empregos formais criados com carteira assinada não superavam, em oito anos, a média de 800 mil.

Velha conhecida, por décadas de turbulência, a vulnerabilidade externa abafava nossos anseios de independência e parecia comprometer o futuro com dívidas impagáveis.

Com paciência, com competência e diretrizes claras, o presidente Lula orientou seu governo a consertar a economia, começar a crescer e abrir caminho para a redução das desigualdades sociais e regionais.

Desde seu início, este governo tem objetivos bem definidos. A estratégia do governo Lula se baseou no programa de campanha e foi materializada no Programa Plurianual - PPA - que, como ministro do Planejamento e com a contribuição de todo o ministério, tive oportunidade de articular no primeiro trimestre de 2003.

O PPA anunciava as metas macro-econômicas do Governo:

A) Contas externas sólidas, ou seja, um saldo em conta corrente que não imponha restrições excessivas à política monetária nem torne o país vulnerável a mudanças nos fluxos de capitais internacionais.

B) Consistência fiscal caracterizada por uma trajetória sustentável para a dívida pública

C) Inflação baixa e estável.

O PPA, permitam-me reavivar as memórias, tinha metas prioritárias: a criação de 7,8 milhões de postos de trabalho até 2007; a expansão da taxa de crescimento de 3,5%, em 2004, para 5% em 2007; redução da taxa anual de inflação para 4%, também em 2007; crescimento do comércio exterior de 140 bilhões de dólares em 2003 para 210 bilhões de dólares em 2007; auto-suficiência em produção de petróleo em 2006; programa de transferência de renda ( Bolsa Família) com 12,7 milhões de famílias atendidas em 2007.

Este era o plano de governo em 2003. E o presidente Lula, seu fiador. As metas já foram cumpridas neste início de 2006, ou ficarão muito próximas de serem cumpridas antes mesmo de 2007.

Passados três anos, podemos constatar que já há um quadro de estabilidade assegurada.

Pela primeira vez na história do Brasil, há crescimento econômico, aumento do emprego, aumento da massa salarial, aumento de produtividade, inflação baixa e sob controle. Os juros vêm sendo reduzidos há seis meses e a vulnerabilidade externa, felizmente e finalmente, já não é fenômeno que nos abate e deprime.

Nunca esses fatores virtuosos estiveram tão associados e simultâneos. Houve momentos, é verdade, em que o País cresceu mais. Isso ocorria, porém, com alto endividamento interno ou externo, ou inflação descontrolada, ou perigosa crise cambial.

Senhor Presidente, Minhas Senhoras e Meus Senhores. Em 2004 o Brasil deu início a um ciclo de desenvolvimento continuado, com as características de crescimento econômico, distribuição de renda, geração de empregos e redução da pobreza.

Em grande parte, tudo isso se deveu à tenacidade e à competência do ministro Antônio Palocci, a quem rendo as minhas homenagens e o respeito de companheiro de longa data. Homenagem que estendo a toda a equipe do Ministério da Fazenda.

Finalmente, Senhor Presidente, meus companheiros de Ministério, quero enfatizar que, com um currículo de batalhador pelo desenvolvimento e pela justiça social, continuo fiel a mim mesmo e às minhas idéias. O desenvolvimento que defendo é responsável, avesso às aventuras e ao entusiasmo infantil.

Se aceito, honrado e orgulhoso, o desafio de conduzir a economia brasileira, é porque estou consciente de que não me faltarão o apoio do Presidente Lula, de todos os membros do Governo, dos trabalhadores e dos empresários, para o País crescer aos limites de seu potencial. Este é o meu compromisso.

Muito obrigado"
 

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