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29/03/2006 - 10h57

CPI dos Correios pedirá indiciamento de 19 deputados e dois ex-ministros

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O relatório final da CPI dos Correios, que deve ser lido a partir das 12h de hoje, vai sugerir o indiciamento de dois ex-ministros e de 19 deputados investigados pela comissão, a maior parte envolvida com o suposto "mensalão". No total, o número de indiciamentos deve chegar a 130.

O relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) diz no documento haver indícios de prática de crime eleitoral, sonegação fiscal e, em alguns casos, de corrupção. Nessa lista, está o ex-deputado e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (SP).

O ex-ministro Luiz Gushiken e o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira também constam do relatório como possíveis indiciados. Todos serão encaminhados ao Ministério Público para que sejam investigados.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é apenas citado no relatório. Serraglio relatou no documento que o ex-deputado Roberto Jefferson informou o presidente da existência do mensalão.

O mesmo acontece com Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente. Lulinha é dono da Gamecorp, empresa que recebeu aporte de capital de R$ 5 milhões da Telemar mais R$ 5 milhões anuais para publicidade.

Nova lista

Do relatório final não constarão nomes de novos parlamentares suspeitos de participação no mensalão, de acordo com um integrante da CPI dos Correios.

O cruzamento de informações do mensalão com os nomes de funcionários de confiança de gabinetes de parlamentares por meio um programa de computador achou "coincidências" que poderiam indicar o envolvimento no esquema de corrupção.

Alguns assessores de deputados, por exemplo, estiveram na agência do Banco Rural em Brasília no mesmo dia em que Simone Vasconcellos, a diretora financeira da SMPB, empresa de Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como o operador do mensalão, repassou dinheiro para parlamentares.

No entendimento de integrantes da comissão, não haveria elementos suficientes para dizer que esses deputados tiveram alguma ligação com o mensalão. Seria, na opinião de integrantes da cúpula da comissão, uma "ilação".

As informações, apesar de não constarem do relatório final, deverão ser encaminhadas para posterior investigação do Ministério Público.

Relatório extenso

O documento final da CPI dos Correios é o maior já produzido por uma comissão parlamentar de inquérito. O relatório da comissão deve passar de 7 mil páginas, levando-se em consideração os anexos.

São três volumes: o primeiro é exclusivamente feito por Serraglio, um trata de contratos e há outro especificamente para tratar do valerioduto. A parte principal do documento tem 1.800 páginas.

Votação

A CPI está dividida. Nem a oposição, nem os governistas têm garantia de que conseguirão aprovar o relatório nos termos que defendem.

Haverá pedido de vistas do documento e os petistas podem apresentar um relatório em separado ou destaques ao texto principal.

Outros integrantes, por sua vez, dizem acreditar que os governistas podem estender o prazo para a análise do documento e chegar ao final da comissão sem votar o relatório.

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