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29/03/2006 - 13h35

CPI apresentará lista de mais 63 beneficiários do valerioduto na segunda

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O relatório final da CPI dos Correios foi lido hoje, mas as investigações ainda não acabaram. Novos nomes de parlamentares beneficiados por recursos das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza devem aparecer na próxima semana.

Entre os 63 deputados apontados como possíveis beneficiados está o ex-ministro das Comunicações Eunício Oliveira. No cruzamento de informações entre as contas de Valério com a ida de assessores de parlamentares à agência do Banco Rural em Brasília e o saque de recursos, Eunício aparece como suspeito. Há 53 coincidências que ligariam seu nome ao esquema do valerioduto. Haveria, inclusive, saques superiores a R$ 20 mil.

Por enquanto, essas informações são tratadas como coincidências. Mas os técnicos da comissão cruzarão esses dados com as mais de 9 milhões de ligações trocadas por esses assessores e deputados suspeitos com as empresas de Valério até o final desta semana. Se as suspeitas permanecerem, os nomes serão levados à CPI e podem ser incluídos depois ao relatório final.

Na lista aparece ainda o secretário do governo do Distrito Federal, Wigberto Tartuce. Contra ele, de acordo com integrantes da CPI, pesam indícios fortes de recebimento de recursos das contas de Marcos Valério. Assessores do secretário, deputado distrital licenciado, teriam ido à agência do Rural em Brasília e sacado recursos do valerioduto.

No rol de possíveis beneficiados aparecem ainda deputados oposicionistas, o que ainda não havia aparecido para os investigadores da comissão. Somente o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) era apontado como beneficiário do valerioduto na campanha de 1998 ao governo de Minas Gerais. Esse, portanto, seria mais um motivo para que os integrantes da comissão parlamentar esperassem um cruzamento de informações mais apurado.

O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou que ainda não está convencido que os supostos novos "mensaleiros" se beneficiaram realmente do esquema irregular de distribuição de dinheiro. No entanto, ele afirmou que há indícios suficientes para levar os casos ao Ministério Público na próxima semana.

"Neste intervalo, até a votação do relatório na próxima semana, vamos apresentá-la ou levá-la ao Ministério Público em caráter sigiloso. Não temos convicção [do que está na lista], mas não significa que nela não haja nada", afirmou.

Outro lado

Eunício Oliveira rebateu a acusação. Ele disse que uma assessora de seu gabinete foi 53 vezes à agência do Banco Rural para operar na conta do marido.

"Eu duvido que a CPI tenha algum comprovante de saque. Eu não tenho nada a ver com essa história de valerioduto. Essa assessora nunca foi ao banco tratar de assunto meu", afirmou. "Essa moça [assessora] se foi ao banco, não foi para tratar de assunto de meu interesse", acrescentou.

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